Geomorfologia e geoespeleologia do carste da Serra da Bodoquena, MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Sallun Filho, William
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-19112015-093950/
Resumo: A Serra da Bodoquena constitui um planalto carbonático desenvolvido nas rochas do Grupo Corumbá (Neoproterozóico III - Faixa Paraguai), que se ressalta topograficamente das planícies do estado do Mato Grosso do Sul. A análise morfológica em escala 1:60.000 permitiu compartimentar o carste da Serra da Bodoquena em três unidades principais. A primeira corresponde a um carste de recarga mista (predominantemente autogênica) com formas de carste labiríntico e carste poligonal desenvolvidas em calcários, situada no Planalto da Bodoquena. A segunda corresponde a um carste de recarga essencialmente autogênica, com morfologia de morros residuais e planícies cársticas com dolinas, composta principalmente de dolomitos, situada na Depressão do Rio Miranda. A última consiste de um carste interestratal desenvolvido sob os arenitos da Formação Aquidauana da Bacia do Paraná, no extremo sul da Serra da Bodoquena, situada na Depressão do Rio Miranda, com a presença de dolinas em arenitos. Apesar do sistema cárstico da Serra da Bodoquena possuir um aqüífero de condutos bem desenvolvido, evidenciado pelas nascentes cársticas, vales cegos no setor noroeste, dolinas e poços de abastecimento produtivos, as cavernas são pouco freqüentes e com pequeno desenvolvimento. Observam-se quatro padrões principais de cavernas, que ocorrem associados aos compartimentos de relevo: 1) salões de abatimento irregulares em planta e formando planos inclinados em seção longitudinal, as vezes se estendendo por até 90 m abaixo do nível d\'água, na unidade dos morros residuais dolomíticos; 2) cavernas em rede anastomosada em planta, com condutos circulares a elípticos e ramificações anastomosadas em seção transversal em calcários, na unidade do carste labiríntico e carste poligonal e raramente em morros residuais e planícies; 3) cavernas meandrantes em planta, as vezes associados a sumidouros ativos ou inativos, com injeção alogênica na maioria dos casos em calcários na Unidade do carste labiríntico e carste poligonal; 4) Nascentes do tipo vauclusiana nas planícies de calcários, principalmente junto a escarpa leste do Planalto da Bodoquena. A existência de tectônica recente na Serra da Bodoquena foi constatada a partir de feições como: espeleotemas subaéreos submersos pelo menos a 16 m de profundidade abaixo do nível d\'água mínimo da variação sazonal; planalto escarpado sustentado por calcários e planícies por dolomitos; porção norte do planalto com rios mais entalhados que o sul; estrutura linear relacionada à borda do Pantanal, que cruza a Serra da Bodoquena, observada em escala 1:250.000.