Influência da temperatura sobre as concentrações de proteína e óleo em sementes de soja (Glycine max (L.) Merrill)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Pipolo, Antonio Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20200111-154506/
Resumo: Com o objetivo de estudar a influência da temperatura sobre as concentrações de proteína e óleo da semente de soja, sementes da cultivar Williams 82 foram cultivadas in vitro a 17, 21, 25, 29 e 33º C, em meio líquido por 8 dias. Existiu uma relação inversa entre a Taxa de Acúmulo de Massa Seca (TAMS) e as concentrações de óleo e proteína. Como as concentrações de óleo e proteína foram as mais baixas quando a TAMS alcançou os valores mais altos, o efeito de diluição explica as variações na concentração. Nas temperaturas extremas a redução de massa seca ocorreu na semente toda, não somente sobre o conteúdo de óleo e proteína, mas também sobre os outros componentes da semente, e as concentrações de óleo e proteína aumentaram. O efeito da temperatura foi principalmente no acúmulo de massa seca e não diretamente sobre a síntese de óleo e proteína. As concentrações de óleo e proteína foram positivamente relacionadas, quando os suprimentos de nitrogênio e carbono foram constantes. No segundo experimento in vitro, doses de glutamina de 20, 40, 60 e 80 mM foram aplicadas ao meio de cultura. A 20 mM de glutamina a concentração de proteína foi de 294 mg g-1 e a 80 mM de glutamina a concentração de proteína alcançou 445 mg g-1, que é maior que a concentração de proteína que tipicamente ocorre em sementes de soja maduras in vivo. As concentrações de óleo e proteína foram inversamente relacionadas (r2= 0,43*). Estes resultados indicam que a relação negativa entre as concentrações|de óleo e proteína está vinculada ao balanço de carbono e nitrogênio disponibilizado para a semente. Quando o nitrogênio tornou-se mais abundante, a preferência foi sintetizar proteína ao invés de óleo. Portanto, a disponibilidade de nitrogênio pode ser o fator regulador da concentração de proteína na semente. Nos experimentos em condições de campo, apesar das análises de regressão para concentração de proteína e óleo versus temperatura apresentarem resultados significativos, dentro de um mesmo local, as variações nos teores de proteína foram melhores explicadas pela distribuição de chuvas durante o período de enchimento de grãos. Entre locais, a tendência observada foi de que, sementes coletadas nos locais com temperaturas médias mais amenas (21°C a 23°C) e com maior altitude (>650m), apresentaram maior concentração de proteína do que aquelas coletadas nos locais com temperaturas mais altas (23°C a 27°C). Quando esta tendência não foi verificada, novamente os resultados foram melhores explicados pela distribuição de chuvas durante o período de enchimento e rendimento de grãos. Devido às diferenças obtidas entre anos e locais, o padrão geográfico baseado somente nas variações da temperatura não foi suficiente para explicar as alterações na concentração de proteína. A distribuição de chuvas durante o período de enchimento de grãos e a disponibilidade de nitrogênio para as sementes, são peças-chave para o melhor entendimento das variações dos teores de proteína e óleo nas sementes de soja.