Variabilidade pluviométrica e os eventos pluviais extremos em bacias hidrográficas do leste do estado do Paraná

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Terassi, Paulo Miguel de Bodas
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Atmospheric dynamics; Bacia hidrográfica; Climatic trends; Dinâmica atmosférica; ENOS; ENSO; Eventos extremos; Extreme events; Tendências climáticas; Watershed
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-18022020-155309/

Esta pesquisa parte da prerrogativa da compreensão da elevada variabilidade espacial da pluviosidade para a área de estudo a partir da influência de atributos como a maritimidade, a orografia e a diversidade de mecanismos atmosféricos para a geração das chuvas. O objetivo da presente pesquisa consiste em avaliar a variabilidade pluviométrica e a ocorrência de eventos pluviais extremos para as bacias hidrográficas (BH) do Alto Iguaçu, Litorânea e do Ribeira, situadas na região leste do estado do Paraná, analisando os eventos mais intensos e a influência de atributos como a orografia, a maritimidade e a dinâmica atmosférica. Para tanto, foram obtidos os dados diários, mensais e anuais de precipitação pluviométrica de 54 postos pluviométricos do Instituto das Águas do Paraná, da Agência Nacional de Águas e da Companhia Paranaense de Energia, além de dados provenientes de 08 estações meteorológicas do Instituto Agronômico do Paraná, do Instituto Nacional de Meteorologia, do Sistema Meteorológico do Paraná, para o segmento temporal de 1976 a 2015. Foram utilizados os principais procedimentos metodológicos: a krigagem para a caracterização espacial pluviométrica e a análise de agrupamento (Ward e K-Means) para a obtenção de regiões homogêneas pluviométrica em cada bacia hidrográfica; os quantis para a classificação e a identificação dos eventos pluviais extremos; o modelo auto regressivo vetorial (VAR) para analisar as correlações entre as anomalias pluviométricas e os indicadores climáticos marítimos (IOS, ONI, ODP e GMAT), a partir dos dados disponibilizados pelo National Oceanic and Atmospheric Administration; os testes estatísticos Mann-Kendall e Pettitt para a avaliação de tendências e rupturas nas séries históricas pluviométricas; para gerar os indicadores de tendências de precipitação pluvial, utilizou-se o software RClimDex, desenvolvido pelo Sistema Meteorológico Canadense; foram definidas as condições sinóticas para os eventos pluviais extremos pela Análise Rítmica Climatológica, enquanto que a gênese pluviométrica foi analisada pela Spatial Synoptic Classification (SSC). As análises espaciais indicaram uma estrutura pluvial de maiores totais anuais e diários na BH Litorânea e, a sotavento da Serra do Mar, um representativo setor da BH Ribeira apresenta uma redução expressiva da pluviosidade total anual e dos totais diários pluviais em relação à costa litorânea. O modelo VAR mostrou que o indicador climático ONI é o que apresentou uma maior significância e abrangência espacial para determinar as anomalias de precipitação pluviométrica na área de estudo. O teste de tendência (Mann-Kendall) e os indicadores climáticos mostraram que a área em estudo apresenta a preponderância da elevação dos totais pluviométricos anuais associada ao aumento da precipitação pluviométrica diária concentrada, sendo este um indicativo de mudanças climáticas neste recorte de estudo. As principais rupturas encontradas nas séries históricas se deram na década de 1990, semelhante as demais rupturas observadas anteriormente no estado do Paraná. A Análise Rítmica Climatológica demonstrou que durante o inverno há a predominância das frentes frias e os totais pluviais são espacialmente mais homogêneos, ao passo que durante o verão verificou-se maiores diferenças espaciais e condições atmosféricas mais frequentemente associadas aos sistemas atmosféricos extratropicais. A SCC demonstrou que os tipos de tempo mais úmidos se dão com maior frequência em Paranaguá, devido à maritimidade, e em Castro e Curitiba, as tipologias indicaram uma maior frequência dos tipos de tempo associados aos sistemas atmosféricos extratropicais.