Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Igor Emiliano Lemos de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-29062023-133541/
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Resumo: |
Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório causador da toxoplasmose, uma zoonose cosmopolita que tem alta incidência no mundo todo. A doença pode variar de branda ou assintomática em indivíduos imunocompetentes à doença grave em pacientes imunodeficientes ou fetos de mães com toxoplasmose aguda. Uma das características mais interessantes do T. gondii consiste na sua capacidade de infectar possivelmente todas as células nucleadas de hospedeiros homeotérmicos. Esse processo de invasão é um processo mediado por uma série de moléculas, incluindo aquelas secretadas por organelas especializadas - roptrias, micronemas e grânulos densos. Tais proteínas auxiliam na interação entre protozoário e célula hospedeira, criação e manutenção do vacúolo parasitóforo e egresso do parasito da célula infectada. Nosso grupo tem estudado duas lectinas secretadas pelas micronêmas, MIC1 e MIC4, as quais formam um complexo com a proteína MIC6. Quando o complexo MIC1/MIC4/MIC6 é exposto na membrana plasmática do parasito, as proteínas MIC1 e MIC4 reconhecem receptores glicosilados na célula hospedeira, isso permite uma interação mais forte entre o parasito a célula hospedeira. A escassez de estudos envolvendo a interação entre T. gondii e linfócitos humanos nos fez avaliar o efeito das proteínas recombinantes MIC1 e MIC4 em células linhagem de linfócito T humano Jurkat. Observou-se que essas MICs interagem melhor com células Jurkat a 37oC, sendo essa ligação dependente de seus domínios de reconhecimento de carboidrato. Diversas lectinas tem se mostrado citotóxicas para células de linhagem. Dessa maneira, estimulou-se as células Jurkat com diferentes concentrações de MIC1r ou MIC4r, obtendo-se perda de viabilidade dessas células. Com o uso de marcação com anexin V e iodeto de propídeo e avaliação da clivagem de cromatina, determinou-se que MIC1r e MIC4r causavam apoptose em células Jurkat. Vale ressaltar que MIC1r e MIC4r aumentam a marcação de caspase 3/7/8, sendo que os efeitos citotóxicos desencadeados por essas MICs são revertidos após a incubação com o inibidor pan-caspase Emricasan. A estimulação de células Jurkat com MIC1r ou MIC4r também induziu uma redução do potencial mitocondrial. Em conjunto estes dados sugerem que MIC1r e MIC4r estimulam a morte celular pela ativação da via extrínseca e intrínseca do apoptose. Outros dados adicionais mostraram que as vias utilizadas por essas MICs para causar morte celular em células Jurkat dependem de MAPK JNK e p38, moléculas sinalizadoras intracelulares envolvidas na resposta celular ao estresse. De fato, MIC1r e MIC4r induzem sinalização de estresse às células, o que pode ser observado pela liberação de ROS por meio do complexo NADPH oxidase. Corroborando esses dados, descobriu-se que o agente redutor NAC reduz consideravelmente a marcação de caspase3/7 e iodeto de propídeo nos grupos estimulados com MIC1 ou MIC4. Em conjunto, nossos dados indicam que as proteínas de micronema interagem com receptores presentes nas células linfocíticas humanas de maneira dependente do reconhecimento de carboidratos e causam morte celular na dependência da liberação de ROS e ativação de MAPK. |