Desenvolvimento de filmes de desintegração oral como veículo de extrato etanólico de própolis verde utilizando-se a técnica de impressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Remedio, Leandro Neodini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74132/tde-01082022-161259/
Resumo: Em virtude de sua absorção mais eficiente, o uso de filmes de desintegração oral (FDO) como meio de liberação de agentes ativos na mucosa oral vem crescendo. Além disso, ele evita a passagem pelo trato gastrointestinal, que necessita de dosagens mais altas de princípios ativos. A hidroxipropilmetil celulose (HPMC) e a quitosana são polímeros muito utilizados na produção destes filmes, em função da capacidade de formação de filmes e não-toxicidade. Normalmente, o princípio ativo é incorporado durante a produção e exposto às condições de secagem, podendo sofrer degradação. A utilização da técnica de impressão para a incorporação de princípios ativos pode ser uma alternativa devido a sua versatilidade (como por exemplo incorporação de doses personalizadas). A própolis é conhecida por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, sendo administrada principalmente na forma de extratos alcoólicos, que normalmente apresentam sabor marcante e dificultam a administração. Assim, o objetivo deste estudo foi a produção e caracterização de filmes de desintegração oral (FDO) à base de HPMC e quitosana, com incorporação de extrato etanólico de própolis verde (EEPV) utilizando-se a técnica de impressão. Os FDOs foram produzidos pela técnica de tape-casting, com concentrações de 7,5g de HPMC/100g de solução filmogênica e 3g de quitosana/100g de solução filmogênica e como plastificante utilizou-se o glicerol (30g /100g de polímero) para os filmes à base de HPMC. Os FDOs com incorporação de própolis foram produzidos utilizando-se diferentes números de camadas de impressão (0 a 4 camadas de extrato). Os FDOs foram caracterizados em relação ao conteúdo de água, matéria total solúvel, espessura, propriedades mecânicas, cor, ângulo de contato, FTIR, difração de raios-X, microscopia eletrônica de varredura, microscopia de força atômica, tempo de desintegração, pH de superfície, estabilidade ao longo de 90 dias, citotoxicidade e atividade anti-inflamatória. Verificou-se que foi possível incorporar até quatro camadas do extrato da própolis nos filmes à base de HPMC e quitosana, sendo inviável a incorporação de um maior número de camadas. A incorporação do EEPV causou alterações significativas nas propriedades mecânicas dos FDOs, como o aumento na tensão na ruptura e no módulo elástico e a diminuição da elasticidade, para ambas as macromoléculas, com o aumento do número de camadas de EEPV. Além disso observou-se redução do ângulo de contato com o aumento do número de camadas de EEPV, indicando aumento do caráter hidrofílico. A estabilidade dos filmes, de um modo geral, se manteve controlada durante os 90 dias onde, após uma redução inicial, a concentração de compostos fenólicos totais e o potencial antioxidante não foram significativamente afetados. Foi constatada atividade anti-inflamatória dos filmes à base de HPMC contra células de macrófagos. A técnica de impressão demonstrou-se viável na incorporação de extrato etanólico de própolis verde nos FDOs analisados, tornando-se uma possível alternativa para incorporação de outros extratos em diferentes filmes.