Diferenciação genética entre Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) e Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788): um exemplo de divergência recente com fluxo gênico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva Neto, Paulo José Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-07122023-145341/
Resumo: Estudos indicam que Amazona aestiva e A. ochrocephala são espécies irmãs, com claras diferenças morfológicas e que se divergiram cerca de 500 mil anos atrás, mas não apresentam monofiletismo recíproco. Além disso, cada espécie parece apresentar subpopulações, mas sem estrutura genética populacional bem definida. Para abordar essas lacunas de conhecimento, foram analisados 8464 SNPs (Polimorfismos de Nucleotídeo Único) de 26 indivíduos de A. aestiva e 20 de A. ochrocephala ao longo de suas distribuições e obtidos modelos de nicho ecológico para o presente e o passado. Os resultados obtidos confirmaram que A. aestiva e A. ochrocephala são espécies irmãs, ou seja, compartilham um ancestral comum mais recente entre si do que com outras espécies intimamente relacionadas. Foi encontrada diferenciação entre as duas espécies com suporte considerável. Foram identificadas três subpopulações em A. ochrocephala, correspondendo às suas três subespécies conhecidas. Já em A. aestiva, foram encontradas até quatro subpopulações distintas. Essas subpopulações parecem refletir a influência de fatores geográficos, o fluxo gênico com A. ochrocephala em determinadas regiões e possíveis efeitos do ambiente local. As análises dos modelos de nicho ecológico (MNE) auxiliaram na interpretação desses resultados e permitiram inferir que tanto A. aestiva quanto A. ochrocephala podem ter sido afetadas pelas flutuações climáticas ocorridas no Pleistoceno. Segundo os MNE obtidos, essas flutuações climáticas podem ter resultado em fragmentação ou contatos cíclicos das áreas de adequabilidade, o que pode ter contribuído para os padrões de diferenciação genética encontrados atualmente. No entanto, apesar dos resultados promissores, recomenda-se a inclusão de um maior número de indivíduos da região nordeste do Brasil para A. aestiva e da região da Colômbia, Venezuela, Suriname, Guianas e dos estados brasileiros do Amazonas e Roraima para A. ochrocephala em análises futuras, a fim de inferir melhor a história evolutiva desses táxons e compreender mais profundamente suas estruturas populacionais.