Efeito do maracujá (Passiflora incarnata) sobre a morfometria de hepatócitos da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Oliveira, Ricardo Henrique Franco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-23062008-101703/
Resumo: Avaliaram-se os efeitos da administração do extrato seco de maracujá (Passiflora incarnata), veiculado na dieta, sobre a morfologia dos hepatócitos de juvenis de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus). Peixes isolados (86,50 &plusmn; 10,17 g) receberam durante 28 dias ração comercial extrusada (32% PB - 2% biomassa) contendo o extrato diluído em alginato de sódio nas doses 0 (controle), 50, 100 e 200 mg/Kg, (n = 6 peixes/tratamento), registrando-se diariamente o consumo. No início e ao final do experimento cada indivíduo foi exposto (30 minutos) à reflexão da própria imagem em espelho (presença virtual de um coespecífico - estresse social), sendo a seguir anestesiado (2-fenoxietanol 0,5 mL/L) para realização de biometria e coleta de sangue (veia caudal) para determinação dos níveis plasmáticos de glicose e cortisol. Após 28 dias todos os animais foram sacrificados para remoção do fígado e obtenção de fragmentos utilizados na contagem de células e avaliação da morfometria do citoplasma dos hepatócitos (H/E), observando-se também as reservas de glicogênio hepático (PAS). Visando a comparação dos efeitos do estresse social natural com aquele empregado no experimento, seis peixes provenientes de um grupo de 30 indivíduos foram também sacrificados e utilizados como referência (valores basais) para avaliação dos parâmetros histológicos. Os dados foram submetidos a ANOVA, utilizando-se o proc mixed SAS 8.0 (p<0,05) para os parâmetros consumo de alimento, ganho em peso e bioquímica sangüínea (cortisol e glicose) e GLM SAS 8.0 (p<0,01) para a contagem de células e morfometria dos hepatócitos. Verificou-se que os pesos e os comprimentos iniciais não diferiram, que o consumo de alimento não foi alterado pela adição do extrato e que todos os peixes, independentemente do tratamento, cresceram significativamente. Os níveis de cortisol e de glicose também não diferiram inicialmente entre os grupos e não foram alterados pela presença do agente ou pela adição do extrato. Porém, observou-se um aumento significativo da glicose e redução dos níveis de cortisol em todos os peixes. A adição do extrato nas diferentes doses provocou aumento crescente e significativo da área citoplasmática e redução do número de células em todos os animais, com destaque para a dose 100 mg/Kg. O mesmo não ocorreu nos peixes do grupo controle, cujas áreas citoplasmáticas foram significativamente menores, em decorrência de um menor acúmulo de glicogênio hepático. Embora os efeitos do agente estressor empregado não tenham sido detectados pela análise dos parâmetros bioquímicos sangüíneos, verificou-se que este procedimento provocou alterações metabólicas que contribuíram para a depleção dos estoques de glicogênio no fígado. Este efeito parece ter sido revertido nos peixes que receberam a dieta contendo o extrato de maracujá que, por meio de mecanismos não elucidados neste trabalho, contribuiu para a manutenção ou aumento dos estoques de glicogênio hepático. Concluiu-se que o extrato de maracujá veiculado na dieta, na dose de 100 mg/Kg, protege juvenis de tilápia da depleção dos estoques de glicogênio hepático causada pelo estresse social.