O coordenador pedagógico e o desafio da formação contínua do docente na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Domingues, Isaneide
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18012010-133619/
Resumo: O discurso da formação contínua do docente centrada na escola tem sido incorporado pelas políticas públicas de formação, que têm transferido para a escola boa parte da responsabilidade pelo desenvolvimento profissional do professor. O coordenador pedagógico, na Rede Municipal de Ensino de São Paulo, é o profissional responsável pelo acompanhamento e desenvolvimento de tal processo centrado na escola. Esta pesquisa toma como objeto de investigação o papel do coordenador pedagógico como gestor dos tempos/espaços de formação contínua do docente na escola e apresenta como objetivo investigar como esse profissional organiza e implementa a formação contínua desenvolvida no horário coletivo, considerando a relativa autonomia da escola e seus próprios saberes sobre a articulação da formação no espaço escolar. A pesquisa empírica, de base qualitativa, envolveu quatro coordenadoras pedagógicas, duas escolas e dois grupos de professores durante o cumprimento da Jornada Especial Integral de Formação (JEIF). As entrevistas semiestruturadas feitas com as coordenadoras pedagógicas possibilitaram considerar o ponto de vista dessas profissionais sobre o ser e o estar na coordenação. O acompanhamento dos projetos de formação desenvolvidos na JEIF revelou a influência de aspectos relativos à cultura escolar e aos projetos de governo que interferem nessa ação, que deixa de ser uma opção coletiva dos docentes e passa a ser uma determinação da política educacional. O grupo dialogal organizado por meio de uma bricolage metodológica procurou ouvir os professores participantes desse processo formativo e suas percepções sobre esse espaço de ação-reflexão e de atuação do coordenador pedagógico. Os resultados confirmaram a tese de que o trabalho do coordenador pedagógico, de acordo com o foco proposto nesta pesquisa, é um saberfazer multideterminado, decorrente de fatores como o desenvolvimento pessoal, a organização institucional e as políticas públicas. Também apontaram que, apesar da fragilidade da formação inicial do coordenador e da formação contínua oferecida, caracterizase por uma natureza instrucional e pela mobilização dos coordenadores por meio de processos de socialização profissional, principalmente no início na profissão, o que tem contribuído para ampliar sua competência formativa. A coordenação pedagógica, quando considera a escola como locus desse processo, assentada na concepção do protagonismo dos professores e da autonomia desse estabelecimento, investe nos saberes docentes e insiste nos projetos elaborados coletivamente, optando pelo enfrentamento da cultura imposta pelo sistema por meio das reformas. Contudo, compreendem esse modelo de formação como influenciado pelas contradições e por resistências em maior ou menor grau. As coordenadoras pedagógicas consideram-se responsáveis pela formação na escola, assumindo o discurso desse espaço como locus de sua ação. Todavia, precisam empregar tempo na construção de uma identidade formativa que possibilite legitimar, junto às equipes escolares e ao sistema, uma liderança pautada na adequação do tempo às tarefas da coordenação, na compreensão do papel do coordenador pedagógico, não como técnico, mas como sujeito aprendente do seu fazer numa perspectiva reflexiva e crítica e na formação como introdeterminada pelos docentes também responsáveis pela sua elaboração, implementação e avaliação.