Estudos comportamentais e bioquímicos da exposição perinatal ao Senecio brasiliensis na prole de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sandini, Thaísa Meira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-25022013-143518/
Resumo: Senecio brasiliensis, conhecida popularmente como maria-mole, é uma das principais causas de intoxicação em animais de produção, principalmente em eqüinos e bovinos. A toxicidade desta planta ocorre devido à presença dos alcalóides pirrolizidínicos (APs), os quais sofrem biotransformação no fígado gerando como metabólitos tóxicos os pirróis. Além disso, esses compostos tóxicos podem ser transferridos para o homem através de produtos comestíveis de origem animal contaminados ou pelo uso na medicina popular. Até o momento, não há relatos a respeito de seus efeitos tóxicos sobre a prole de animais expostos durante a gestação. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos tóxicos da exposição pré-natal ao S. brasiliensis. Ratas Wistar fêmeas prenhes receberam por gavagem, do 6° até o 20º dia de gestação, diferentes doses de S. brasiliensis (3, 6 e 9 mg/Kg/dia). Durante o período de gestação foi avaliado o peso materno, consumo de água e de ração; ainda, nas progenitoras se avaliou o comportamento materno e materno agressivo. Na prole avaliaram-se os parâmetros do desenvolvimento físico e reflexológico; quando adultos avaliou-se aspectos comportamentais, hematológicos, bioquímicos, anatomopatológico e níveis de neurotransmissores. Os resultados mostraram diminuição no consumo de ração e no ganho de peso nos diferentes grupos experimentais, de forma dose-dependente. Ratas tratadas com a maior dose de S. brasiliensis apresentaram prejuízo no comportamento materno e materno agressivo. Os filhotes provenientes de ratas que receberam as doses de 6 e 9 mg/Kg apresentaram atraso para o início do desenvolvimento físico e reflexológico. Na prole adulta masculina proveniente da maior dose experimental observou-se aumento da atividade motora no campo aberto, bem como aumento na frequência de entrada e no tempo gasto nos braços abertos do labirinto em cruz elevado. Na natação forçada observou-se aumento no tempo de escalada na prole feminina proveniente da maior dose, enquanto na prole masculina adivinda dos grupos de 6 e 9 mg/Kg notou-se diminuição no tempo de natação. Na avaliação do comportamento estereotipado observou-se aumento deste comportamento em fêmeas advindas do grupo de maior dose experimental. Ainda, na prole adulta, foram osbervadas alterações hematológicas e bioquímicas; a análise histológica revelou aumento de células multinucleadas em animais provenientes dos grupos de 6 e 9 mg/Kg e com relação análise dos neurotransmissores, foram observadas alterações a nível estriatal. Estes resultados indicam que a exposição durante a gestação ao S. brasiliensis causa toxicidade materna acompanhada de prejuízo em ambos comportamento, materno e materno agressivo. Com relação à prole, houve prejuízo no desenvolvimento físico e reflexológico, e na idade adulta foram observadas alterações comportamentais e hematológicas, bem como algumas alterações bioquímicas e anatomapatológicas.