Utilização de delineamento sistemático tipo "leque" no estudo de espaçamentos florestais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: Stape, Jose Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11134/tde-20191218-134256/
Resumo: Com objetivo de avaliar a possibilidade de utilização do delineamento sistemático tipo "leque" no estudo de espaçamentos florestais, instalaram-se, simultaneamente e em área contígua, dois experimentos com Eucalyptus dunnii, em área plana e homogênea, na região sul do Estado de São Paulo. O primeiro experimento foi instalado no delineamento tradicional, em blocos casualizados, com 4 repetições, possuindo tratamentos com espaçamentos de 3,0 m x 1,5 m, 3,0 m x 2,0 m, 3,0 m x 2,5 me 3,0 m x 3,0 m, os quais forneceram 4,5; 6,0; 7,5 e 9,0 m2/planta. Utilizaram- se parcelas úteis de 25 plantas e bordaduras duplas a quádruplas. A área total ocupada pelo experimento foi de 16764 m2, da qual 21% correspondeu à área útil. O segundo experimento foi instalado em delineamento sistemático tipo "leque", formando circulo completo, com 36 raios e 12 plantas por raio, sendo a primeira e a última planta de cada raio consideradas como bordaduras. As áreas por planta testadas, referentes às 10 plantas internas dos raios, foram: 1,40; 2,05; 3,01; 4,41; 6,47; 9,50; 13,93; 20,43; 29,97 e 43,95 m2/planta, e após eliminação dos efeitos de falhas e bifurcações, estabeleceram-se 5 repetições de 6 plantas por parcela. Este experimento ocupou uma área de 5972 m2, da qual 82% correspondeu à área útil. Os experimentos foram avaliados aos 26, 42, 48, 60 e 71 meses de idade, calculando-se, por parcela, o dia metro médio à altura do peito, a altura média, o volume individual médio, a área basal e o volume total por hectare. Dada a grande quantidade de informações obtidas e pela possibilidade de múltiplos enfoques na análise dos dados, o presente trabalho se propõe a ser uma primeira abordagem dos resultados, possibilitando novas interpretações e análises. As análises de variância efetuadas no delineamento em blocos casualizados, evidenciaram a homogeneidade local, com baixos coeficientes de variação experimental e eficiências relativas iguais ou inferiores ao delineamento inteiramente ao acaso. Para o estudo de resposta das variáveis dendrométricas ao espaçamento, trabalhou-se com os dados relativos à idade de 71 meses, idade média de exploração da espécie. Procedeu-se às análises de regressa o linear tendo em cada caso, como variável dependente, uma das 5 variáveis em estudo e como variável independente o espaçamento por planta, numa faixa similar de espaçamentos, para ambos experimentos. Estas análises evidenciaram comportamento semelhante das variáveis, frente ao espaçamento, nos dois delineamentos, expresso através da sobreposição dos intervalos de confiança dos coeficientes lineares e angulares das regressões. Observou-se, porém, uma tendência de superioridade dos coeficientes lineares dessas regressões, no delineamento sistemático tipo “leque” comparativamente aos blocos casualizados, assim como uma maior variância residual neste delineamento. Evidenciou-se, assim: que o delineamento sistemático, isoladamente, pode não ser indicado para a inferência de dados para a condição de maciço florestal. Como forma de contornar esta tendência de diferenciação de comportamento das variáveis dendrométricas nos delineamentos, para espaçamentos semelhantes, e possibilitar a utilização segura dos resultados obtidos em delineamento sistemático tipo "leque" na recomendação de espaçamentos para plantios comerciais, utilizou-se de uma metodologia de ajuste dos resultados obtidos neste delineamento para as condições do delineamento em blocos casualizados. Para isso, estabeleceram-se regressões baseadas no delineamento sistemático tipo "leque", e através dos valores obtidos no delineamento em blocos casualizados, tomados como "referência" de um plantio comercial, e da suposição de convergência de comportamento para ambos delineamentos em espaçamento amplo, obtiveram-se equações finais que estimam as variáveis em estudo para as condições de maciço florestal. Conclui-se, portanto, que os delineamentos sistemáticos tipo "leque", na área florestal, podem ser utilizados de forma mais eficiente do que simplesmente servindo como experimentos exploratórios, desde que os tratamentos e parcelas "referências" sejam cuidadosamente considerados no planejamento experimental.