"Influência dos esteróides sexuais sobre a voz falada em mulheres do climatério"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Laureano, Janaína Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
voz
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-16082006-173226/
Resumo: São freqüentes as queixas entre as mulheres, particularmente entre as cantoras, de que ocorrem alterações na voz após a menopausa. Há relatos na literatura de que a freqüência fundamental da voz da mulher se altera nesta fase da vida. Como a prega vocal possui receptores para os esteróides sexuais, é possível que essas alterações sejam decorrentes da deficiência estrogênica observada no climatério. O presente trabalho teve como objetivo comparar a freqüência fundamental da voz (F0) de mulheres na pós-menopausa usuárias e não usuárias de terapia de reposição hormonal (TRH) com mulheres no menacme. Foram estudadas 45 pacientes: grupo-controle (15 mulheres de 20 a 40 anos, não usuárias de anticoncepcional hormonal, não fumantes, com ciclos menstruais regulares), grupo com TRH (15 mulheres de 45 a 60 anos, menopausadas há mais de 2 anos, usuárias de valerato de estradiol 1mg/norgestimato 90 mcg há no mínimo 6 meses) e grupo sem TRH (15 mulheres com idade de 45 a 60 anos, menopausadas há mais de 2 anos sem TRH há no mínimo 6 meses). Todas as pacientes foram submetidas à avaliação otorrinolaringológica e videolaringoscopia para confirmar a integridade da laringe. Posteriormente, avaliou-se a F0 com a emissão das vogais “e" e “i" na altura de fala habitual da paciente. A F0 foi analisada através do programa Dr.Speech 3.0®. Foi utilizado o teste ANOVA para comparação das médias de F0 entre os grupos. A média da idade dos grupos controle, com TRH e sem TRH foi respectivamente 30,3 anos, 54,5 anos e 56,5 anos. A média da F0 dos grupos foram respectivamente: vogal “e": 215,97 Hz; 206,21 Hz e 200,71 Hz, e vogal “i": 229,89 Hz; 221,79 Hz e 212,79 Hz. Os resultados mostraram uma tendência de agravamento da F0 em menopausadas, sendo a média do grupo com TRH mais próxima do grupo-controle que do grupo sem TRH. Entretanto não houve diferença estatisticamente significativa na F0 da voz para as vogais “e" (p=0,2127) e “i" (p=0,193), comparando os três grupos entre si. De acordo com esses resultados, parece não haver diferença clinicamente relevante na F0 da voz falada entre mulheres no menacme, menopausadas usuárias e não usuárias de TRH. A tendência à diminuição de F0 nas pacientes hipoestrogênicas sugere a possibilidade de que pequenas diferenças, decorrentes da influência hormonal sobre a laringe, que não tenham sido detectadas neste estudo, possam atingir maiores níveis de significância, quando os grupos forem analisados para a voz cantada.