Morfometria cerebral na evolução da demência devido à doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva Filho, Silvio Ramos Bernardes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20072016-090637/
Resumo: Introdução: A demência devido à Doença de Alzheimer (DDA) é uma alteração neurodegenerativa primária, progressiva, que se manifesta por deterioração cognitiva, particularmente a memória. O número de pessoas no mundo acima de 60 anos com diagnóstico de DDA foi estimado em 35 milhões em 2010. Essa doença apresenta atrofia predominantemente da região do hipocampo e outras regiões corticais. A maioria dos estudos avaliam os estágios pré-clínicos e iniciais da doença por meio de avaliação clínica correlacionada aos biomarcadores. Contudo, os biomarcadores não são usualmente avaliados para a doença moderada à grave, sendo sustentado apenas de forma hipotética. Objetivos: Avaliar a morfometria cerebral de controles e portadores de DDA em todos os estágios. Encontrar o perfil de neurodegeneração estrutural para todas as fases da DDA. Casuística e métodos: Foram selecionados idosos acima de 60 anos portadores de DDA (n=44) acompanhados no serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) e como grupo controle idosos cognitivamente saudáveis (n=16), provenientes dos diversos serviços do HCFMRP e da comunidade com idades semelhantes às do grupo de pacientes. Sujeitos com critério de demência vascular ou outras demências foram excluídos. Imagens de todo os indivíduos foram adquiridas no equipamento de Ressonância Magnética (RM) de 3T do HCFMRP por meio da sequência de imagem Gradiente Eco 3D ponderada em T1, sem agente de contraste. Dados quantitativos de volumetria e espessura cortical foram obtidos para regiões cerebrais definidas pelos atlas de subdivisões Desikan e Deutriox. Foi realizada segmentação automática com o programa Freesurfer® sem modificação. A volumetria de cada região foi normalizada pela volumetria cerebral total para minimizar o efeito de atrofia com a idade. Resultados: Como já reportadas em estudo prévios nos estágios iniciais na DDA, as regiões acometidas também apresentaram atrofia nos estágios mais avançados da doença. Não foi observada correlação significativa entre volumetria, idade e anos de escolaridade. Por outro lado, apresentou correlação significativa com o índice de avaliação cognitiva Clinical Dementia Rating (CDR) e mini-exame do estado mental (MEEM). Observamos redução da espessura cortical para a região do giro parahipocampal em todas as fases da progressão da DDA em concordância com a literatura que, no entanto, avaliaram somente as fases iniciais. Para demais regiões descritas, como assinatura cortical, lobo temporal, parietal e frontal observamos redução somente nos estágios moderados e avançados da DDA. Discussão e Conclusão: Concluímos que as regiões cerebrais mais afetadas pela DDA atrofiam linearmente com a progressão da doença, até as fases mais avançadas. Ao contrário de modelos hipotéticos que consideravam maior atrofia volumétrica nas fases iniciais e um platô nas fases avançadas. Essas regiões estão muito relacionadas à perda neuronal e gliose já descrita há 40 anos e ao dano patológico da doença. Enfim, os resultados de morfometria por RM indicam a atrofia como biomarcador mesmo nas fases avançadas da DDA. Esses achados possibilitam maior compreensão do processo fisiopatológico e o acompanhamento de potenciais drogas modificadoras da doença mesmo nas fases mais avançadas. Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Idosos, Volumetria, Progressão da doença de Alzheimer