A gramática do conceito físico de energia no contexto escolar de uma perspectiva wittgensteiniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carlin, Rafael
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-27102020-185209/
Resumo: Os documentos oficiais que regulam o ensino de ciências no ensino médio, assim como a literatura de pesquisa desta área, destacam a relevância do conceito de energia na educação básica. Dentre as expectativas expressas com relação ao ensino do conceito de energia, temos a formação de cidadãos capazes de analisar criticamente questões contemporâneas: como a crise energética e o aquecimento global. Capazes, ainda, de propor novos processos de geração de energia, ao considerar a necessidade de economizar recursos e gerar menos impactos sociais e ambientais. A fim de garantir essas e outras expectativas em relação ao conceito de energia, especialistas em ensino de ciências têm sugerido uma reorientação global no ensino deste conceito. Simultaneamente, os diversos estudos sobre o ensino do conceito de energia e sobre a concepção de energia dos estudantes de diversos níveis da educação básica documentam uma série de dificuldades relacionadas ao ensino e a aprendizagem deste conceito e mostram que, frequentemente, as concepções de energia deles se distanciam daquela sugerida pelos documentos oficias e estudiosos da área. Inspirados na filosofia do segundo Wittgenstein e fundamentados na epistemologia do uso de Arley Ramos Moreno, refletimos sobre o papel da linguagem na formação dos conceitos científicos no contexto escolar, em especial o conceito físico de energia. A partir da observação das aulas de física de uma turma do ensino médio durante um ano letivo, apresentamos algumas evidências da presença de determinados sentidos do conceito de energia que são privilegiados quando comparados com outros sentidos válidos do mesmo conceito. Como é o caso, por exemplo, da definição de energia como capacidade de realizar trabalho. Refletimos sobre as dificuldades que os usos dogmáticos do conceito de energia poderiam representar para a compreensão de alguns de seus aspectos e de determinados problemas do mundo contemporâneo. Concluímos destacando a importância da exemplificação e do uso de experimentos para a formação de um conceito de energia menos dogmático.