Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Cristiane Borges de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-18052022-114635/
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Resumo: |
Novos corpos passaram a constituir o espaço universitário brasileiro nas últimas décadas, resultado da luta de diferentes movimentos sociais localizados nas fronteiras institucionais. Nesta pesquisa, constrói-se a perspectiva de que os movimentos ocorridos na sociedade, a partir dessas alterações, caracterizam, ao menos, duas diferentes ondas de inserção dos sujeitos na Academia. Em ambas, o sujeito periférico com acesso à formação universitária altera sua posição em relação à sociedade e ao espaço ao qual pertence; na primeira onda, examina-se como as propostas de inovação curricular, somadas às demandas constituídas pela presença ainda reduzida do Outro, operam mudanças em uma esfera mais individual do que coletiva, na qual o posicionamento do sujeito é mais regulado pelas formas de enquadramento da própria instituição; na segunda onda, analisa-se que a presença massiva do Outro, somada às lutas empreendidas durante a primeira onda, permite avanços na discussão sobre o processo de formação literária em que estes sujeitos se constituem. Para compreender o modo como são propostas reestruturações no campo universitário e como os sujeitos em formação produzem posicionamentos em relação ao campo literário navegando nestas diferentes ondas, realizamos entrevistas semiestruturadas com estudantes de quatro diferentes Universidades Federais do país: UFGD, Unila, Unilab e Unipampa. A partir da reestruturação universitária estabelecida no início dos anos 2000 por meio do REUNI (2005), estes espaços formativos elaboraram currículos para a área de Letras em que se projetava a ampliação do entendimento sobre o campo literário, incluindo a produção constituída por grupos minoritários como negros, gays, mulheres, indígenas e presidiários. Mapeadas as alterações projetadas institucionalmente, analisamos como os sujeitos em formação constroem discursos sobre o processo formativo no qual estão inseridos e o modo como se posicionam no interior do campo literário na luta por expansão e por legitimação de produções literárias que digam respeito a suas próprias identidades e representações raciais, de gênero ou de classe social. Nossos esforços para compreender o resultado produzido nestes espaços formativos ao longo da última década nos levam a dados de suma importância para o incontornável debate, de forma mais ampla, sobre a necessária consolidação de políticas públicas educacionais voltadas à expansão e à qualidade do ensino superior, e, de modo mais específico à área de Letras, à ampliação do campo literário, bem como a atualização de seus cânones como ferramentas fundamentais à legitimação de diferentes representatividades sociais. Defende-se a tese de que a inserção de novos corpos e novos cânones potencializa a construção da identidade dos sujeitos e lhes possibilita se posicionarem politicamente de forma mais organizada na luta por direitos sociais, econômicos e culturais no interior da Instituição de Ensino Superior brasileira. |