A lei Kaldor-Verdoorn na economia brasileira.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Guimarães, Patrick Wohrle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-17122002-144337/
Resumo: Nesse trabalho busca-se testar a proposição teórica intitulada lei de Kaldor- Verdoorn, mostrando a sua relevância para a determinação do grau de dinamismo dos setores da economia de um país ou região. Testes empíricos da referida proposição teórica são realizados para a economia brasileira usando dados da indústria de transformação do período de 1970 a 1997 e da agricultura no período de 1975 a 1995. O presente estudo analisa a relação existente entre produção, economia de escala e produtividade nesses setores. Estudos que tratam da oferta de fatores, conquista de novos mercados, learning by doing, divisão do trabalho e progresso técnico promovido pela expansão da demanda fornecem as bases que fundamentam a hipótese traduzida na lei de Kaldor-Verdoorn de que o aumento da produção, induzido pelo aumento da demanda ou pela oferta não-limitada de fatores, leva à economia de escala e tem como conseqüência a elevação da produtividade do trabalho. Na literatura sobre a referida lei existe controvérsia sobre a forma de especificar modelos que permitam avaliar o relacionamento entre produção e produtividade dos fatores. Os maiores debates sobre o assunto versam sobre as pressuposições implícitas nas diferentes especificações propostas, com foco especial na definição de endogeneidade ou exogeneidade das variáveis. Visando contornar tais controvérsias, utiliza-se, no presente estudo, a metodologia de Auto-regressão Vetorial (VAR) com o sentido da dependência das variáveis definido pela lei de Kaldor-Verdoorn. Duas especificações foram testadas, tanto no caso da indústria como no caso da agricultura, visando uma maior robustez dos resultados. A primeira especificação trata do relacionamento entre valor total da produção e produtividade do trabalho, considerando o efeito da primeira variável sobre a última. A segunda especificação trata da relação entre valor total da produção e emprego, também nesse caso considerando o efeito da primeira variável sobre a última. Os resultados obtidos para a indústria brasileira são consistentes com a existência de retornos crescentes de escala, no que diz respeito ao fator trabalho. Tal resultado permite associar certo dinamismo ao setor, mas não tão acentuado como o encontrado em outros países. No caso da agricultura, a relação encontrada mostrou-se sobreestimada, provavelmente devido às mudanças significativas na composição das atividades prevalecentes no contexto nacional. Mesmo com tal ressalva, conclui-se pela existência de economias de escala em relação a esse setor.