Situação socio-econômica e aspirações dos pequenos proprietários rurais do 3º Distrito de Pelotas-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1973
Autor(a) principal: Infeld, Jose Alceu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240522-110402/
Resumo: Este trabalho refere-se aos pequenos proprietários do 3º Distrito de Pelotas, Rio Grande do Sul. Foi realizado em 1967, visando conhecer à realidade socio-econômica do pequeno proprietário e sua família. Foi estudado a organização familiar, grau de escolaridade, disponibilidade de força de trabalho, renda, produção e comercialização em relação à área dos estabelecimentos. No que se refere a aspirações, foram estudadas as principais e a maneira pela qual os entrevistados acreditavam alcançá-las. A seguir, relaciona-se o que se conclui como as principais características da situação e das aspirações da população da área estudada. 1. O imigrante trouxe, através de seus antecedentes europeus, uma cultura e uma tecnologia próprias, adaptando-as ao novo meio, sem, no entanto, alterar seus valores intrínsecos. 2. O pequeno proprietário manteve a tradição de seus antecedentes de não subdividir sua gleba entre os filhos, através da herança, para não cair em minifúndios improdutivos. 3. O colono manteve por conta própria escolas de alfabetização em língua alemã, só pondo seus filhos em escola pública para aprender português, quando obrigado. 4. O grau de escolaridade médio está entre três e quatro anos de escola primária e os entrevistados não sentem necessidade de mais estudo formal para permanecerem no meio rural. 5. A pequena propriedade dispõe, em média, de três equivalentes-homem por família. 6. As propriedades com menos de 10 ha não absorvem toda a força de trabalho familiar disponível, gerando mão-de-obra ociosa dentro do estabelecimento. 7. As principais fontes de renda dos pequenos proprietários são de produtos de difícil conservação ?in natura? e obtidos com baixo rendimento médio por área. 8. A renda advém de produtos vendidos à indústria ou ao mercado de exportação; no entanto a renda média é muito baixa, não permitindo aos entrevistados participar do mercado como consumidor de insumos modernos. 9. Praticamente não existem cooperativas, e a comercialização se faz através de intermediários. 10. As aspirações são, basicamente, as de compra de mais terra e de assistência médico-social. Estas ilações caracterizaram bem o comportamento de homens pouco atingidos pelo processo de desenvolvimento e pelas inovações tecnológicas do mundo atual. Os entrevistados, na sua grande maioria, vêem como meio de elevar seu nível de vida, basicamente, a compra de mais terra. Vê-se que é a mesma aspiração que levou seus antepassados a emigrar para a América; vê-se, também, que a terra é que melhor indica o ?status?. A área da propriedade ê o elemento que melhor determina a estratificação social no Distrito estudado. Os grandes proprietários são vistos como pessoas importantes e influentes; a posição social e o prestígio estão ligados diretamente à posse e dimensões do estabelecimento. A estrutura fundiária, a disponibilidade de mão-de-obra familiar, a tecnologia empregada e o sistema de comercialização, nas condições levantadas neste estudo, limitam a renda dos entrevistados e não apresentam perspectiva de desenvolvimento socio-econômico aos proprietários com menos de 10 hectares.