Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Miguel, Regina Lima Dantas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-16112010-114128/
|
Resumo: |
Voyage au bout de la nuit, do escritor francês Louis-Ferdinand Céline, obteve uma grande repercussão nos círculos literários e junto ao público em 1932, ano de seu lançamento. Por uma linguagem popular e virulenta até então ausente da literatura francesa e pela violência com que seu herói Ferdinand Bardamu denunciava as injustiças da sociedade, o livro de estréia de Céline causou um forte impacto e, até hoje possui um lugar à parte no cenário literário. Um dos fatores responsáveis por esse impacto seria sem dúvida, a inovação perpetrada à língua francesa uma vez que seu autor pretendia renová-la a partir da linguagem oral e popular. O romance apresenta um duplo movimento de protesto: a denúncia virulenta de seu protagonista e o golpe desferido no âmago da língua literária acadêmica. Grande parte de sua repercussão, deveu-se em larga escala a essa escolha lingüística considerada inovadora e revolucionária para os padrões da época. A invenção de Céline de escrever como se fala seria uma espontaneidade aparente, pois, seu estilo nada tem de natural, ao contrário, é artifício, resultado de um longo trabalho. Se a escolha de uma língua criada a partir de tal registro escandalizou os leitores de sua época, hoje em dia, o impacto do romance decorre nem tanto da linguagem e mais da violência com que Bardamu se refere a seus semelhantes. Gostaríamos no presente trabalho de esboçar uma análise das duas forças do texto - o estudo da escritura e do universo criados por Céline. A abordagem de sua viagem nos conduziria à percepção de um mundo criado a partir de uma dimensão onírica, pois uma viagem imaginária é anunciada desde a epígrafe do romance: Nossa viagem, a nossa, é inteiramente imaginária. A viagem ao fim, ao fundo da noite empreendida por Céline teria a acepção do caminho lento e gradual para a morte. O mergulho dentro de tal universo nos remeteria também à porção autobiográfica sugerida na obra celiniana, visto que os itinerários de Bardamu e de Céline seriam convergentes. Enfim, esse estudo nos permitiria refletir sobre o uso de uma língua construída sobre um código oral-popular dispositivo utilizado pelo autor para introduzir na linguagem escrita a emoção do falado. |