Predição do risco individual de micrometástase do tumor carcinóide típico broncopulmonar em função de variáveis clínicas, anatomopatológicas e biomarcadores teciduais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Moraes Neto, Daniel Messias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-06052011-115608/
Resumo: Introdução: Os tumores carcinóides broncopulmonares típicos são proliferações malignas neuroendócrinas. Até bem pouco tempo eram consideradas como adenomas, isto é, tumores benignos. Porém com o avanço dos estudos anatomopatológicos, foi identificada a sua face maligna, pois apresenta as principais características das neoplasias malignas, quais sejam: metástase e invasão tecidual local. Além das metástases, estes tumores são capazes de produzir outra entidade ainda pouco estudada e conhecida que é a micrometástase. Estas correspondem a metástases menores que 2mm de diâmetro, que podem ou não se desenvolver, causando recidiva tumoral. Por sua vez as micrometástases são divididas em grupos de células tumorais, com diâmetro de 0,2 a 2mm e células tumorais isoladas, com diâmetro menor do que 0,2 mm. A literatura nos mostra que a incidência de micrometástase varia entre 10 a 90% dos pacientes em diversos tumores estudados. No caso dos carcinóides típicos temos pouca informação a respeito, sendo que a literatura nos mostra que a micrometástase em tumores carcinóides é considerada com fator de pior prognóstico. Porém não é o que observamos clinicamente, uma vez que temos o seguimento de inúmeros pacientes por mais de 10 anos, sem a recidiva tumoral em linfonodos mediastinais (seguimento clínicoradiológico). Objetivos: Verificar a presença de micrometástases em suas diversas formas, em pacientes portadores de carcinóide típico broncopulmonar, e verificar a possibilidade da predição do risco individual destas micrometástases em função de variáveis clínicas, anatomopatológicas e biomarcadores teciduais. Casuística e Métodos: Quarenta e nove pacientes portadores de carcinóide típico broncopulmonar com acompanhamento mínimo de 5 anos foram estudados. Todos foram submetidos a ressecção linfonodal por amostragem ou radical. As seguintes variáveis foram coletadas dos prontuários ou por entrevista: gênero, idade, localização do tumor em relação à carina (central ou periférico), diâmetro da lesão, comprometimento da margem cirúrgica, estadiamento TNM, ocorrência de metástases linfonodais, bem como quantidade de linfonodos acometidos por neoplasia em relação ao total dissecado, metástases à distância e tempo de sobrevivência. Os linfonodos foram analisados por coloração de hematoxilina-eosina e por imuno-histoquímica (Sinaptofisina e Cromogranina A) para pesquisa de micrometástase. Resultados: O grupo foi composto por 19 homens (38,8%) e 30 mulheres (61,2%). A idade média dos pacientes foi de 41,3 anos. Houve uma distribuição regular entre todos os lobos pulmonares acometidos. Em relação às vias aéreas, 78% dos tumores eram centrais e 22% eram periféricos. O diâmetro do maior eixo do tumor primário dos 49 pacientes variou de cinco a 80 milímetros, com mediana de 25 e intervalo interquartil 25 a 75% entre 16 e 35 milímetros. Em 54% dos casos foi realizada lobectomia pulmonar, 18% pneumonectomia, 12% bilobectomias e 16% procedimentos poupadores (segmentectomias, broncoplastias e nodulectomias). Em 12% dos casos houve comprometimento da margem cirúrgica. Em 42,8% dos casos houve imunomarcação por pelo menos um dos biomarcadores Sinaptofisina ou Cromogranina A para micrometástase. Em 18,4% dos casos foi diagnosticada macrometástase linfática, e em 1 caso ocorreu metástase hematogênica. Foram realizadas 4 baterias de testes avaliando os grupos sem e com metástases/micrometástases para se verificar a possibilidade de predição do risco individual de micrometástase. Conclusão: Foi possível encontrar micrometástases linfáticas utilizando imuno-histoquímica (Sinaptofisina e Cromogranina A). Não foi possível predizer o risco individual de micrometástases nos grupos estudados. Não houve diferença entre os grupos sem e com qualquer tipo de micrometástase. Não foi possível estabelecer correlação entre incidência de metástase e micrometástase nesta amostra populacional.