Indução da neurite autoimune experimental (NAE) em camundongos SJL/J através de injeção de proteína P2 da mielina do nervo periférico (MNP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mendes, Vania Alice de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-12012017-143733/
Resumo: A neurite auto-imune experimental (NAE) é uma polineuropatia desmielinizante monofásica do sistema nervoso periférico (SNP). A NAE é considerada modelo experimental da síndrome de Guillain-Barré (SGB). Por se tratar de uma doença autoimune, pode ser induzida experimentalmente em camundongos geneticamente susceptíveis, através da imunização com componentes da mielina de nervos periféricos. Para a indução da NAE podem ser utilizados P0 e P2, proteínas da mielina do nervo periférico, ou sequências conhecidas de peptídeos dessas proteínas 180-199 e 58-81 respectivamente, consideradas neuritogênicas, ou ainda transferência adotiva de lifócitos T CD4+, oriundas de camundongos previamente imunizados. Para o presente estudo foram utilizados camundongos fêmeas SJL/J nãográvidas, com idade entre 8 e 12 semanas, pesando de 17 a 20 g. Os animais foram divididos em dois grupos: um controle e outro com NAE. 200 µg da sequência de peptídeos 58-81 de P2 emulsificada em 100 µl de adjuvante de Freund completo (AFC) foram injetados por via subcutânea, em quatro locais na região lombar. Para os controles, foi utilizado solução tamponada de fosfato (PBS), emulsionada em AFC desprovida da sequência 58-81 de peptídeos P2, injetada no mesmo local, na mesma quantidade e forma. Cada camundongo tratado com P2 recebeu 200 ng de toxina pertussis em 100 ?L de PBS intraperitonealmente (i.p.) nos dias 0 e 2 pós-imunização (p.i.). No grupo controle, volumes iguais de PBS e toxina pertussis foram administrados pela mesma via sem o peptídeo. Avaliações da motricidade foram realizadas diariamente até o 60º dia, além de análises funcionais e eletroneuromiográficas. Foram encontradas alterações exclusivamente eletrofisiológicas, desmielinizantes e axonais, em cerca de dois terços dos camundongos. Sendo o camundongo SJL/J considerado o camundongo mais susceptível para a provocação de NAE, os achados do presente estudo indicam a limitação do modelo: ausência de alterações motoras detectáveis clinicamente, ocorrendo distúrbios eletrofisiológicos em apenas parte dos animais. O melhor modelo de NAE continua sendo o provocado no rato Lewis por proteína da mielina periférica bovina. É desejável que se continue buscando modelo experimental de NAE em camundongos, tendo em vista que essa espécie animal é a mais bem estudada na Biologia animal e, por essa razão, dela haver extensa variedade de imunobiológicos disponíveis para estudo da patogenia e fisiopatologia de doenças auto-imunes.