Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Siracusa, Gabriel Pietro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-27082018-150933/
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Resumo: |
Teria sido Marx um pensador inescapavelmente eurocêntrico? Como Marx pensou o colonialismo? Qual sua análise a respeito de formações sociais ditas periférias? Esta dissertação pretende propor algumas respostas para estas questões. Para isso, acompanhamos as idas e vindas do autor em textos sobre a colonização britânica na Índia, na China e Irlanda. Como ponto de partida de nossa análise, seguimos o princípio metodológico de observar como as lutas sociais impactaram o filósofo alemão. Mostramos que seu pensamento político está intimamente ligado a seu contexto histórico. Marx é interpelado pelas lutas dos povos periféricos e responde a elas. Sua reflexão se constitui, assim, em um pensamento-luta. Com efeito, a alcunha também serve para descrever outra face do filósofo: seu profundo engajamento com essas mesmas lutas. Se Marx se deixou contaminar por elas foi porque ele se encontrava envolvido, seja diretamente no caso da Irlanda , seja indiretamente no caso de Índia e China, se solidarizando com a luta do povo oprimido. Nessa chave, observar o percurso da análise do filósofo a respeito do colonialismo implica um olhar duplo: por um lado, teremos de percorrer suas inflexões teóricas que se manifestam em suas análises conjunturais; por outro, é preciso observar sua mudança de postura para com os povos outros todos aqueles com os quais Marx não se identifica a princípio, sejam indianos e chineses (orientais), russos (eslavos) ou irlandeses (celtas). Espera-se, com isso, evidenciar algumas mudanças na visão do autor, que irá, progressivamente, se des-europeizar, assumindo uma concepção de história multilinear e estabelecendo uma crítica contumaz do colonialismo. Destacamos no decorrer da pesquisa alguns momentos-chave dessas mudanças: 1857-1858 para a Índia e a China, 1867 para a Irlanda e os textos do fim da vida, sobre a Comuna Russa. Estes, considerados uma espécie de culminação desta nova visão de Marx sobre a história, são analisados em nossa conclusão, de modo a marcar a perspectiva marxiana final. Por fim, procuramos defender, a partir desta nova posição encontrada, a possibilidade de um diálogo mais profundo entre a obra de Marx e o chamado pós-colonialismo. Dado que a posição de Marx com relação ao colonialismo e ao capitalismo irá se modificar no decorrer de sua vida, movendo-se em um sentido mais crítico, indagamos se não haveria a possibilidade profícua de, por meio de um diálogo com a perspectiva marxiana, reconectar a teoria pós-colonial à crítica do capitalismo contemporâneo. |