"As ruínas da tradição: 'A Casa da Torre' de Garcia D' Ávila - família e propriedade no nordeste colonial"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Pessoa, Ângelo Emilio da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03102005-103312/
Resumo: O presente trabalho tem como objeto central o estudo de uma importante família baiana entre os séculos XVI e XIX, que esteve diretamente envolvida nos processos de conquista territorial e acumulou vasta propriedade fundiária nesse período, além de exercer grande influência nas esferas de poder junto à administração colonial. Inicialmente refletimos sobre como a família Dias d’Ávila tornou-se objeto de investigações historiográficas e como essa historiografia contribuiu para a afirmação de uma tradição interpretativa, que estabeleceu um vínculo direto entre sua trajetória e a formação de uma certa definição de História Nacional. Buscamos ainda esclarecer certos aspectos das relações entre os colonos e as populações autóctones no processo de conquista territorial, envolvendo desde a mestiçagem e incorporação, até os violentos conflitos que estiveram relacionados a esse processo. Também demonstramos alguns meandros das relações entre uma importante família senhorial e as diversas instâncias da administração colonial, bem como as estratégias desenvolvidas pela família para a aquisição, ampliação e manutenção de poder, entre as quais a obtenção de cargos e mercês, as ligações de casamento e os processos de transmissão de herança. Destacamos, nesse último aspecto, a instituição de um Morgado, como forma de vinculação de bens através de distintas gerações, excluindo, inclusive, certos membros da linha sucessória do acesso a bens da família. Nesse particular discutimos o significado de Casa como uma forma de agregação entre família e patrimônio que tinha a finalidade de garantir a obtenção e manutenção de poder econômico e político. Por fim, ressaltamos como a tradição construída em torno da família serviu e ainda serve aos objetivos de preservação do poder político, mesmo quando a família perdeu a capacidade de manutenção das bases de seu poder econômico.