Investigação da modulação dopaminérgica na sincronia da atividade oscilatória da circuitaria hipocampo-córtex pré-frontal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira Júnior, Benedito Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17163/tde-11042023-083505/
Resumo: Com o desenvolvimento empírico e teórico das neurociências percebe-se uma tendência em compreender o funcionamento cerebral em termos de redes e circuitos de atividade e não mais em regiões isoladas como unidades funcionais. Nesta visão, a unidade funcional que sustenta o comportamento animal é formada por redes dinâmicas entre diferentes regiões cerebrais. É proposto que através da sincronização entre oscilações, regiões distantes podem se comunicar de maneira dinâmica e ajustável por demanda de estímulos externos. Na via hipocampo-córtex pré-frontal (HPC-PFC), é possível observar a modulação dessa sincronia em tarefas comportamentais de memória de trabalho espacial. Apesar de não se saber exatamente quais são os mecanismos que permitem essa modulação, a neurotransmissão dopaminérgica é proposta como um dos possíveis fatores modulatórios. No entanto, não se sabe como os padrões temporais de liberação dopaminérgica modulam a sincronia HPC-PFC ou quais os receptores dopaminérgicos específicos responsáveis pelos efeitos. Nesse contexto, nosso objetivo foi investigar a influência da atividade dopaminérgica na sincronia HPC-PFC e avaliar se os efeitos observados são receptores-específicos. Observamos que a administração i.c.v. de dopamina induz o aumento de oscilações teta e da conectividade funcional HPC-PFC que perdura até 20 minutos após a injeção. Esse efeito não é mimetizado pela atuação inespecífica da apomorfina ou pelos agonistas SKF e Quinpirole, os quais atuam respectivamente sobre os receptores D1 e D2. No entanto, observamos um efeito tardio com pico de atividade entre 30 e 40 minutos após a administração de dopamina 100 nmol, apomorfina 0,75 mg/kg e quinpirole em que ocorre o aumento da sincronia HPC-PFC em delta. Em conjunto, esses resultados evidenciam a participação da neurotransmissão dopaminérgica na regulação das dinâmicas oscilatórias HPC-PFC, induzindo sincronia em diferentes bandas de frequência via receptores específicos.