A pulsão performativa de Jaceguai: aproximações e distanciamentos entre o campo artístico da performance e a prática cênica do Teat(r)o Oficina nos espetáculos Macumba Antropófaga e Acordes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pecorelli Filho, Biagio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-04022015-151046/
Resumo: A presente pesquisa visa a uma articulação entre o campo artístico da performance e a prática cênica de um dos mais importantes e longevos grupos de teatro em atividade no Brasil: o Teat(r)o Oficina, de São Paulo, dirigido por José Celso Martinez Corrêa. Recorrendo à história do grupo a título de uma genealogia, procuro apontar os traços de uma pulsão performativa que acompanha o Oficina desde a montagem de Roda Viva, de Chico Buarque de Hollanda, em 1968. Em 2012, integrei o elenco da companhia nos espetáculos Macumba Antropófaga - uma devoração do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade e Acordes, adaptação do texto de Bertolt Brecht e da música de Paul Hindemith, ambos dirigidos por José Celso. Esta vivência como ator constitui parte fundamental da metodologia deste trabalho, que contou ainda com uma extensa arqueologia de matérias jornalísticas, entrevistas, manifestos, documentos, registros fotográficos e videográficos (alguns inéditos) e textos teóricos sobre a atividade do grupo entre os anos de 1968 e 2012. O texto aqui apresentado está dividido em duas partes. Na primeira, busco um esclarecimento teórico das noções de \"performance\" e \"performativo\" na cena contemporânea tomando o \"corpo real\" (Fischer-Lichte) como um dos seus principais dispositivos, para em seguida avançar sobre a história do Oficina, reconhecendo aproximações e distanciamentos de sua prática cênica em relação ao legado de autores como Marvin Carlson, Richard Schechner, RoseLee Goldberg, Renato Cohen, Hans-Thies Lehmann, Óscar Cornago e, principalmente, Erika Fischer-Lichte. A segunda parte deste trabalho consta de uma análise da pulsão performativa no espetáculo Macumba Antropófaga, bem como no processo de montagem de Acordes. A título de conclusão, a pesquisa pondera que esta releitura da história do Teat(r)o Oficina à luz da performance, além de contribuir com as reflexões sobre teatro e performance na cena contemporânea, faz uma correção histórica ao colocar em termos de uma pulsão performativa aquilo que parte significativa da crítica teatral brasileira, entre os anos 60 e 70, julgou ser um teatro agressivo e irracionalista.