Os processos de reflexividade dos psicólogos do esporte e coaches: um estudo fenomenológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Matos, Telma Sara Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-22062020-144837/
Resumo: A proposta investigativa desse estudo consiste em tematizar as práticas reflexivas ou processo de reflexividade de Psicólogos(as) do Esporte (PE), e Coaches que atuam no esporte. Para tanto, é fundamental o acesso a esses profissionais no próprio ato de narrarem e relatarem o modo como procedem e pensam a seu respeito. O objetivo do estudo pauta-se em identificar e compreender fenomenologicamente, por meio de relato de Psicólogos de Esporte e Coaches que atuam no esporte, como esses pensam ou refletem sobre suas práticas interventivas. O método de investigação escolhido foi a fenomenologia, com seu intuito de voltar às coisas mesmas, pois oferece os recursos necessários para tal mergulho junto à experiência reflexiva. A amostra intencional foi delineada por PE e Coaches em atividade em esporte de alto rendimento, que tenham ou estejam atuando em modalidades esportivas coletivas e/ou individuais. O acesso aos participantes realizou-se diretamente entre a pesquisadora e os(as) entrevistados(as), não havendo a necessidade de obter autorizações institucionais para o recrutamento desses. Esse contato ocorreu por via do cadastro de PE no Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Outra via de recrutamento relaciona-se aos PE associados à Associação Brasileira de Psicologia do Esporte. Os Coaches não estão elencados nas equipes multidisciplinares do COB. Para os Coaches, o acesso se deu por meio de indicações dos PE que conheciam ou já haviam trabalhado com esses profissionais. O convite para participação nas entrevistas aos participantes ocorreu pessoalmente ou por meio de emails, redes sociais, sites e telefones. As entrevistas ocorreram in loco, nos locais de trabalhos desses profissionais, assim como em outras localidades sugeridas pelos entrevistados. Realizaram-se nove entrevistas (cinco com PE e quatro com Coaches). Seguindo uma perspectiva qualitativa do tipo descritiva, de base fenomenológica, o acesso ao objeto desse estudo se dá por meio de entrevistas em profundidade e semiestruturadas, orientadas pela escuta suspensiva. As questões disparadoras foram formuladas com base no Procedimento Estruturado de Reflexão adaptado, instrumento proposto originalmente por Anderson et al (2004). Para análise das entrevistas, primeiramente foi feita uma síntese de cada relato, seguindo-se o cruzamento intencional, comparação entre os agrupamentos de relatos que explicita a estrutura intencional que os acomuna. Como resultados, percebeu-se que esses profissionais acessaram suas experiências reflexivas, pautadas no conhecimento na ação, na reflexão na ação ou na reflexão sobre a ação. Os apontamentos dos PE e Coaches trazem algumas similaridades no que se refere aos possuem modos de refletir sobre sua prática. No entanto, as experiências que eles fazem desses processos reflexivos é que podem tomar rumos distintos. Os(as) PE amparam-se na regulamentação da profissão e resguardam-se em seus apontamentos, trazendo suas experiências e reflexões sobre os processos vividos. Isso pode denotar um cuidado ético com o fazer profissional. Os(as) Coaches trazem em suas explanações um trabalho coerente, organizado e compatível com o método do Coaching. O respeito à experiência e ao modo particular de refletir sobre elas devem ser consideradas na sua unicidade. Problematizar os processos reflexivos desses profissionais constitui no indagar sobre sua própria atuação profissional, pois é nessa acepção de questionar as intervenções que reverbera o fazer profissional compromissado em ser ao mesmo tempo competente quanto aos objetivos pretendidos e ético com relação às pessoas envolvidas.