Ensinar a escrever na universidade: a orientação de trabalhos de conclusão de curso em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marcelino, Mical de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-09032016-101604/
Resumo: Essa tese é escrita de um lugar em que se defende que a pesquisa deve estar no bojo da formação dos professores, não só como instrumento pragmático para solução de problemas práticos, mas como instrumento para a formação espírito científico (BACHELARD, 1996), que se relaciona com uma postura questionadora não só acerca de uma determinada realidade que pode ser tomada como objeto de investigação mas, também, acerca das produções científicas, oriundas da Universidade. Em síntese, a tese constrói-se com o intuito de procurar respostas para o que seja uma orientação de um trabalho acadêmico. Assim, seu objetivo primeiro é investigar a possibilidade de encontrar alguma correlação entre a natureza das intervenções efetuadas por um orientador em versões de trabalho de conclusão de curso em licenciatura em Pedagogia e o advento de um espírito científico, de modo que um sujeito se torne capaz de transformar demandas institucionais em um ato performativo com consequências para si e para sua comunidade. Desse modo, levanta a hipótese de que colocar o estudante em uma relação de continuidade de modo responsável com o desejo pode ser o grande desafio do trabalho de orientar. O corpus de análise constitui-se por diversos materiais produzidos durante todo o período de confecção do Trabalho de Conclusão de Curso de duas informantes, alunas de um curso de Pedagogia de uma universidade pública no interior do país. São estes materiais: versões de textos produzidas pelas estudantes, intervenções realizadas pela orientadora no texto das estudantes, correspondências eletrônicas trocadas entre orientadora e orientadas, assim como conversas virtuais registradas em chats. Na perspectiva da teoria do discurso como laço social de Lacan, conclui-se que ensinar a escrever um texto acadêmico ou orientar um aluno no percurso de uma pesquisa que se deseja consequente exige do professor orientador um duplo manejo: (a) Agir em consonância com Discurso Universitário, o que significa dizer que é trabalho do orientador ensinar ao seu aluno, integrante de uma nova geração universitária, a inserir-se no modo de dizer próprio da ciência, o que se relaciona com saber articular-se com saberes já estabilizados em uma determinada comunidade acadêmica; e (b)Agir em consonância com o Discurso do Analista, o que se relaciona, paradoxalmente, com a suspensão dos saberes estabilizados, provocando no Saber (enquanto agente), fissuras onde o aluno possa encontrar possibilidades de produzir pequenos deslizamentos, a saber, os produtos marcados pela criatividade.