Análise da diversidade química da Mata Atlântica por CLAE-EM/EM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Feitosa, Luís Guilherme Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60138/tde-28022025-150132/
Resumo: O bioma Mata Atlântica (MA) apresenta a maior diversidade e endemismo de espécies vegetais no território brasileiro. No entanto, a drástica diminuição da cobertura vegetal na MA após cinco séculos de interferência antrópica está relacionada à redução da biodiversidade nos fragmentos florestais remanescentes e possíveis perdas da quimiodiversidade associada. Além disso, a fragmentação florestal pode estar relacionada ao declínio de polinizadores do bioma, como as abelhas nativas sem ferrão. Diante disso, realizou-se neste trabalho a observação da ocorrência e distribuição de metabólitos em organismos encontrados na MA, utilizando a abordagem de redes moleculares (Molecular Networking) baseadas em dados de CLAE-IES-EM/EM. Para esta proposta, foram selecionados (i) modelos vegetais, como o gênero Mikania (Asteraceae), e espécimes das famílias Asteraceae (gênero Piptocarpha) e Melastomataceae (gêneros Miconia e Tibouchina) coletados em diferentes fragmentos de MA e (ii) méis e própolis de abelhas sem ferrão (ASF) encontradas na MA, e da abelha Apis mellifera. Este trabalho apresenta a primeira descrição de ésteres hidroxicinâmicos do ácido octulopiranosônico (AO) em espécies de Mikania endêmicas de MA e Cerrado, incluindo o isolamento e determinação estrutural de 4,5-di-CADO (ácido 4,5-di-O-cafeoil-2,7-anidro-3-deóxi-2-octulopiranosônico) por RMN pela primeira vez. Verificou-se diferença na ocorrência de flavonoides e outros derivados fenólicos entre espécimes do gênero Piptocarpha (Asteraceae) e entre espécimes de Miconia (Melastomataceae) encontrados em diferentes fragmentos florestais. Estas observações sugerem a influência de fatores ambientais das áreas modificadas pela ação humana sobre a biossíntese e armazenamento de derivados fenólicos nos modelos vegetais analisados. As anotações em Miconia e Tibouchina também contribuem com a quimiossistemática da família Melastomataceae. Nos estudos dos produtos de abelhas, foram observadas diferenças entre as composições micromoleculares de amostras de méis de diferentes espécies de ASF, e entre os méis de ASF e A. mellifera. Assim, estes resultados sugerem que a composição química dos méis é influenciada pelas diferentes características de forrageamento das espécies de abelhas. Foram também verificadas variações na ocorrência de metabólitos nas (geo)própolis de diferentes espécies ASF, sugerindo que a constituição química destes produtos varia de acordo com os comportamentos das espécies na coleta de resinas vegetais. Na avaliação da atividade larvicida da (geo)própolis de ASF e própolis de A. mellifera sobre o mosquito Ae. aegypti, a amostra de M. quadrifasciata (Mq) foi responsável pela maior mortalidade de larvas. A associação dos dados de redes moleculares baseadas em CLAE-EM/EM e CG-EM sugeriu que os metabólitos responsáveis pelo efeito larvicida da geoprópolis de Mq são, principalmente, ácidos diterpênicos dehidroabietanos. Portanto, os resultados obtidos ampliam o conhecimento da diversidade química na MA, incluindo metabólitos potencialmente bioativos.