O poder de lembrar: narrativa, memória e trauma cultural em The International, de Glenn Patterson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Craveiro, Jessica Grant
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-19052023-123456/
Resumo: Esta pesquisa analisa o romance norte-irlandês The International (1999), de Glenn Patterson, que se passa em um só dia no princípio dos Troubles, como denomina-se o Conflito da Irlanda do Norte. O narrador em primeira pessoa é o protagonista, uma personagem que não se encaixa nos padrões ou estereótipos do contexto. Ele narra de forma difusa, ora trazendo a voz de outras personagens, ora assumindo que está inventando. The International será analisado a partir das teorias de literatura e história, e trauma cultural. Na concepção do termo por Jeffrey C. Alexander (2004), esta dissertação aponta que os Troubles e suas consequências configuram um trauma cultural. A partir disso, a pesquisa observará como a identidade do protagonista e sua maneira de narrar servem como estratégias para lidar com o trauma em uma reimaginação do seu início e recusa do encerramento do passado. Observa-se como a obra coloca em questão o que é considerado histórico e como se define o período dos Troubles, escolhendo preservar o cotidiano e a convivência dos diferentes no não-lugar (AUGÉ, 2012) do hotel. A identidade difusa do narrador, analisada como híbrida (BHABHA, 1998) e desviante (PRECIADO, 2011), torna-se ponto de partida para revisitar o trauma ao desconstruir as identidades binárias, demonstrar outras possíveis e apontar a convivência entre todas. Por meio de suas técnicas, a narrativa fragmentada reinventa a memória coletiva (HALBWACHS, 1990; LOWENTHAL, 1998) e preserva a memória cultural (ASSMANN, 2016) dos Troubles em uma versão plural e que rejeita o apagamento do trauma