Seleção e organização dos conteúdos de ciências no ensino fundamental: o que diz o cotidiano de uma escola pública de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santana, Olga Aguilar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-01082011-161637/
Resumo: O currículo tem sido nos últimos anos um tema de discussão que saiu das universidades e passou a ocupar os espaços da escola. Temos presenciado tentativas das instituições educacionais, através da elaboração de diversos materiais e de vários cursos de formação de professores, de apresentar o tema da forma ampla como é realmente, envolvendo quase tudo o que acontece na escola, inclusive os fazeres dos professores e alunos na sala de aula. Em vários Estados brasileiros foram produzidos pelas Secretarias de Educação documentos com diretrizes curriculares. São Paulo foi além disso, ao elaborar também Cadernos para alunos e professores, na tentativa de implantar um novo currículo no Estado. No presente trabalho, apresentamos um estudo de caso numa escola pública de São Paulo, investigando o currículo praticado de Ciências em três salas de aula no ano de 2009 de modo presencial, sob o foco da escolha e a organização dos conteúdos por uma professora de Ciências. Esse estudo também abrangeu produtos e avaliações dos alunos e reuniões de horas de trabalho pedagógico coletivo (HTPC). Analisamos o que realmente aconteceu nessa escola da rede pública em relação às questões de currículo e pudemos confrontar essa realidade com a política de currículo atual do Estado. A sinceridade e a coragem da professora em nos mostrar essa verdade nos permitiu concluir que o currículo continua a ser a ser visto pelos professores como sinônimo de programa e listagem de conteúdos. O livro didático e a história de vida da professora têm grande influência na seleção e organização dos conteúdos, assim como sua maneira de ver o ensino como uma transmissão de conhecimento. Os cadernos da Secretaria, que fazem parte do sistema de ensino ao qual pertence a escola pública, apesar de terem aberto uma possibilidade de mudar essa velha ideia do que é currículo, mostrando o ensino através de competências e habilidades, com estratégias onde os alunos participam mais das aulas, criou um desconforto no trabalho da professora e teve resultados pontuais. Os professores gostam de trabalhar com estratégias e recursos motivadores da aprendizagem, mas por apresentarem problemas de formação e falta de tempo em preparar as novas aulas, tais elementos não chegam aos objetivos que os levou a serem criados e em muitos momentos o antigo modo de ensinar prevalece. Discutimos neste trabalho, portanto, o estágio de transição que estamos entre dois paradigmas: o de currículo moderno e o de pós-moderno. Enfim, sabemos que é esperado que o currículo ideal dificilmente irá coincidir com o currículo real, mas percebemos que uma aproximação entre eles ainda está longe dos fazeres da/na escola pública.