A fala em fuga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Setti, Maria Isabel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
-
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27155/tde-15022017-164415/
Resumo: A palavra permanentemente em fuga tem sido minha experiência tanto no esforço de construção de uma linguagem capaz de tecer vínculos e alguma transitividade entre as pessoas que constituem o meu mundo, como no exercício da professora que tenho sido. Esta professora que deseja deixar esvanecer-se o sentido dos conceitos de \"professor de interpretação\" e de \"professor de voz\", substituindo-os pelo ato de compartilhamento no movimento cíclico de fazer perguntas, construir caminhos de investigação, trilhá-los, duvidar dos pontos de chegada e desconstruí-los a partir dos novos questionamentos que necessariamente a vida e sua manifestação no teatro elaboram. Tanto a atuação, em seu caráter de ato público, como os fugazes encontros com a voz própria e plena, parecem-me depender da disposição do sujeito que fala em localizar na própria história seus impedimentos e sua força, seja para habitar integralmente aquilo que sua fala quer conter, seja para fazer-se ouvir no mar de ruídos em que estamos submersos. Estas reflexões se organizam a partir de uma leitura de meu próprio corpo, flagrado em abandono à experiência de perceber e compreender o entrelaçamento da memória de fatos e atos ao corpo que vai definindo sua forma e presença ao fazer os percursos que escolhe fazer. E objetivam dar a conhecer algumas camadas do pensamento que guia meu cotidiano de trabalho na lida com a impermanência e precariedade de nossas palavras. Este trabalho que é repetidamente provocado pelo paradoxo entre a necessidade de preparação das vozes dos atores e o cada vez mais forte anseio do teatro contemporâneo por uma ação e uma presença guiadas mais pelas respostas instintivas aos estímulos do que pela elaboração consciente e minuciosa das cenas que se queiram fixar.