O papel da PCR quantitativa para citomegalovírus no diagnóstico e manejo de pessoas vivendo com HIV/AIDS no Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza Júnior, José Lidio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-04082021-132417/
Resumo: O citomegalovirus (CMV) é um β herpes-vírus que infecta a maioria dos indivíduos no mundo. Em situações de imunossupressão prolongada, como ocorre nos pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), pode ocorrer sua reativação levando a manifestações clínicas. O reconhecimento de viremia, através da utilização de reação em cadeia da polimerase quantitativa para CMV (qPCR-CMV) não é universalmente recomendada para detecção de lesão ativa pelo CMV, pois pode ocorrer viremia assintomática em pacientes com baixos valores de linfócitos T CD4+. Porém, apesar da ausência de um protocolo clínico para uso da qPCR - CMV em pacientes HIV+ este teste tem sido amplamente utilizado no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). O objetivo deste trabalho foi, portanto, avaliar o papel deste exame na definição de doença causada por CMV e na indicação de tratamento antiviral específico. Foi realizado um estudo transversal e descritivo que incluiu os pacientes que tiveram pelo menos um exame de qPCR-CMV solicitado no período entre 01 de janeiro de 2015 e 30 de junho de 2016. Foram analisados 325 testes, os quais pertenciam a 238 indivíduos, sendo que 180 (55,38%) foram realizados em amostras de plasma, 134 (41,23%) em líquor e 11 (3,39%) em outros materiais. Já os sintomas que motivaram sua realização foram principalmente os neurológicos. Todos os exames foram solicitados com finalidade diagnóstica. Quanto ao resultado, 270 testes (83,08%) foram negativos e 55 (16,92%) positivos. Em mais de 90% das vezes não se iniciou tratamento direcionado para CMV antes do resultado da qPCR-CMV, havendo uma tendência de se iniciar terapêutica específica se o resultado fosse positivo e de se manter, não iniciar ou suspender o antiviral caso o resultado fosse negativo. O valor de CD4 abaixo de 100 células/mm³ se associou com a positividade da qPCR-CMV e há maior chance de óbito nos pacientes com qPCR-CMV acima de 6 log10 cópias/ml ao final da internação e 3 e 6 meses após coleta desse exame. Este estudo evidenciou que no local estudado a qPCR-CMV é utilizada primariamente com finalidade diagnóstica sem uma uniformização nos critérios para sua solicitação e para a interpretação de seus resultados. Considerando as limitações na investigação da doença invasiva por CMV seria indicado iniciar tratamento antiviral específico naqueles pacientes com maior risco de evoluir a óbito (qPCR-CMV com resultado acima de 6 log10 cópias/ml).