Macroinvertebrados bentônicos como indicadores da integridade de ecossistemas de água doce costeiros. Estudo de caso: lagoas do Parque das Dunas, Salvador, BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Schiavone, Daniele Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-02022015-103604/
Resumo: Lagoas costeiras, são corpos de água doce numerosos ao longo da costa brasileira, destacam-se principalmente como habitats para organismos aquáticos. São no entanto acossistemas sujeitos a grandes impactos antrópicos. No presente trabalho foram estudadas quatro lagoas costeiras da Área de Proteção Ambiental Parque das Dunas, em Salvador, Bahia, em dois períodos sazonais, chuvoso e seco, nos quais as lagoas foram comparadas. A comunidade de macroinvertebrados bentônicos foi utilizada como bioindicadora da qualidade ambiental. Dentre os organismos bentônicos, as larvas da família Chironomidae foram as mais frequentes e abundantes, sendo também estudada a dieta das mesmas com o objetivo de conhecer o papel desses organismos na estrutura e dinâmica trófica destas comunidades, através da observação de itens alimentares presentes no conteúdo de seus tubos digestivos. Os resultados da obtidos evidenciaram que as lagoas Vitória, Junco e Camarão tiveram águas com pH ácido, relativamente bem oxigenadas e de condutividade elétrica moderada em ambos os períodos amostrados. A riqueza de táxons foi moderada nas lagoas Vitória e Junco, variando de 13 a 21 táxons, e baixa nas lagoas do Camarão e Negra variando entre 8 e 14 táxons. Em relação à similaridade na composição das comunidades, as lagoas Vitória e do Camarão foram as mais semelhantes (50%), e a lagoa Negra a mais dissimilar (20%). Os indicadores utilizados evidenciaram que todas as lagoas estão perturbadas e necessitando ações de manejo, porém a Lagoa Negra deve ser priorizada quanto a ações de restauração. Em relação à ecologia trófica das larvas da família Chironomidae, os resultados evidenciaram o consumo de diversos itens alimentares como: algas, pequenos invertebrados, matéria orgânica amorfa e detrito particulado inorgânico. De acordo com o modo de alimentação e os itens consumidos, os diferentes táxons foram classificados em quatro grupos tróficos funcionais distintos: os Coletores - catadores detritívoros, o qual abrangeu a maioria dos gêneros de quironomídeos registrados nas lagoas; os Coletores- catadores herbívoros e os Predadores-onívoros, o qual abrangeu todos os gêneros de Tanypodinae e os Fragmentadores. Pode-se concluir que a onivoria é a provável estratégia que permite a coexistência de organismos de diferentes táxons aumentando assim a riqueza das larvas de Chironomidae nas lagoas costeiras avaliadas.