Situação e diferenças no internato das escolas médicas públicas e privadas do Brasil na percepção dos seus coordenadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zanolli, Maurício Braz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-11112019-093402/
Resumo: Introdução: O internato existe nas escolas médicas europeias e americanas desde o século XIX, porém, no Brasil, foi regulamentado apenas em 1969. Além disso, um único estudo sobre o desenvolvimento do internato médico brasileiro foi realizado, em 1981, pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) com o apoio do Ministério da Educação e com visitas em loco nas 75 escolas existentes na época. Pesquisas sobre as diferenças entre as escolas públicas e privadas são praticamente ausentes no Brasil e muito raras na literatura internacional. Em 2008, a ABEM, com apoio do Ministério da Saúde, iniciou o desenvolvimento de um projeto de melhorias para a educação médica brasileira, incluindo um subprojeto sobre o internato. Assim, o presente trabalho se baseia em parte do que foi desenvolvido nesse subprojeto ao longo dos anos. Objetivos: Analisar a situação do internato, as diferenças entre o internato desenvolvido nas escolas médicas públicas (gratuitas) e privadas (pagas) e propor possíveis soluções para os problemas encontrados. Métodos: Estudo transversal, descritivo e analítico realizado a partir de questionário respondido pelos responsáveis pelo internato de 68 escolas médicas (30 públicas e 38 privadas) das cinco regiões brasileiras no final de 2012. Resultados: Foram encontradas diversas deficiências no desenvolvimento do internato, incluindo: número excessivo de estudantes; gestão centralizada do internato e sem participação estudantil; ausência de alguns cenários de aprendizagem clínica considerados essenciais para a formação dos estudantes; infraestruturas física, tecnológica e de recursos humanos nem sempre adequadas; carga horária semanal e de plantões excessiva; duração curta de rodízios; ausência de estágios preconizados e imprescindíveis; não disponibilização de manual do internato; atividades de suporte teórico nem sempre adequadas; pouco auxílio aos estudantes; falta de disponibilização de manual para os internos; supervisão inadequada dos internos; baixa formação pedagógica e educação permanente para todos os atores envolvidos; avaliação inadequada dos estudantes e dos rodízios com respectivas devolutivas nem sempre presentes e desenvolvimento de atividades extracurriculares diversificadas. Existem diferenças entre as escolas públicas e privadas, principalmente com relação ao número de estudantes, adequação de infraestruturas, capacitação docente e de preceptores, avaliação discente e de rodízios, duração dos rodízios e atividades extracurriculares. Na percepção dos coordenadores, as escolas privadas oferecem melhores condições, principalmente aquelas que envolvem suporte financeiro. Conclusões: Esta pesquisa mostrou deficiências importantes no desenvolvimento do internato e é a segunda a ser realizada no Brasil envolvendo um número grande de escolas médicas. Os dados analisados são de antes da promulgação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Medicina em 2014, portanto, podem ser utilizados como base para pesquisas envolvendo o impacto dessas novas diretrizes sobre o internato. Demonstraram-se diferenças entre o internato desenvolvido nas escolas públicas e privadas. Baseado nas poucas experiências nacionais e na literatura internacional, são sugeridas possíveis soluções para os problemas encontrados. Novas pesquisas necessitam ser realizadas, envolvendo o maior número possível de escolas médicas e também uma maior troca de experiência entre as escolas, visando à melhoria do internato