Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Umberto Ribeiro Reis Samogin |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10072024-185421/
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Resumo: |
Compreendemos aqui a conquista da Amazônia como o processo de expansão e conservação da colonização portuguesa na América, por meio do qual a região se conectou ao Império português e ao Sistema Mundial. Em nosso caso de estudo, facilitado pelas epidemias, esse elo entre conquista e colonização foi forjado pela guerra, pelo comércio e pela catequização em busca do trabalho, dos recursos e da salvação dos índios. A interação desses mecanismos foi percebida na dinâmica da Missão da Companhia de Jesus, na medida em que ela ilumina fronteiras e caminhos da formação, do funcionamento e da inserção dessa sociedade colonial específica e de seu Estado do Maranhão e Grão-Pará na Monarquia lusitana durante a crise da Restauração. Além disso, essa ênfase na missão inaciana ilumina dimensões da situação da Coroa e da região no Sistema Mundial em construção. Esses horizontes se abrem pelo prisma do testemunho engenhoso e sistêmico do Padre Antônio Vieira, superior dessa missão entre 1652 e 1662. Da crítica desse testemunho extraímos duas lógicas históricas. Primeira, como sua política indigenista na lei 1655, pretendia implantar a tutela jesuíta sobre toda a sociedade colonial, buscando direcionar a inimizade racial que aliava a branquitude colonial no recrutamento e manutenção dos braços indígenas no Estado e pacificando suas fronteiras em Marajó e Ibiapaba. Um equilíbrio esgarçado pelos colonos no uso da Missão jesuítica como cabeça de ponte para a guerra colonial em nome de um permanente Estado de necessidade, forma assumida pela exceção na região. Segunda, a lógica de seu projeto imperial, político e profético, arquitetado na profecia do Quinto Império, vinculada à conversão efetiva dos judeus e dos gentios. Para que os primeiros repatriassem seus capitais e os segundos contribuíssem com sua força de trabalho. Para Vieira, então, o Quinto Império era o Império português de seu tempo, remediado por reformas, bafejado por prodígios e alavancado pela conversão da Amazônia. Ela seria a porta de salvação de Portugal e do resto do Mundo |