A rede ferroviária e a urbanização da freguesia do Brás: estudo onomástico contrastivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Antunes, Alessandra Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-27112009-142750/
Resumo: De um extremo a outro, entende-se a toponímia de regiões urbanizadas como resultante de homenagens ou como resquícios da história de formação da comunidade. No primeiro caso, a denominação é entendida como retribuição a uma ação realizada em prol do local, dedicada àqueles que se empenharam em sua consolidação, ou impostas por autoridades políticas e como reflexos de mudanças históricas e sociais. No segundo caso, interpreta-se a fixação de designativos como testemunhos da passagem de determinados indivíduos na região ou como a descrição de características inerentes ao local, em geral perdidas com a sua ocupação maciça. Ignora-se, em ambos os casos, a pesquisa do processo de formação, de cristalização e de ressemantização do topônimo, gerando, muitas vezes, conclusões equivocadas. No presente trabalho, aplicamos a metodologia de recuperação de causas denominativas do Projeto Atlas das Cidades, coordenado por Dick (1996), à freguesia do Brás, região a leste do antigo núcleo paulistano. Após o levantamento dos designativos e dos referencializadores utilizados entre os anos de 1850 e 1914, analisamos o desenvolvimento da maneira de singularizar os espaços em contraste à ocupação da região e à mudança do perfil do morador. Constatamos três fases de engendramento de topônimos: na primeira, até a década de 1870, enquanto a freguesia do Brás mantém-se isolada do restante de São Paulo, os designativos são formados pela descrição do espaço; entre as décadas de 1880 e 1900, período em que os antigos chacareiros loteiam suas propriedades, a denominação sistemática é visível na região, mas a fixação dos designativos atende antes à referencialização, no caso de antropotopônimos indicados, e ao desejo de atribuir topônimos que remetessem a regiões prósperas, no caso dos corotopônimos, do que à escolha aleatória e à homenagem propriamente dita; é após a Proclamação da República e a ocupação da freguesia do Brás por imigrantes e migrantes pobres, quando se evidencia a urbanização, que a homenagem a autoridades políticas e a indicação de topônimos a partir de motivações toponímicas pré-estabelecidas tornam-se tendências denominativas.