Homens e livros em Vila Rica: 1750-1800

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Alvarenga, Thábata Araújo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-27122022-125634/
Resumo: A reconstituição das bibliotecas particulares existentes em Vila Rica, Capitania de Minas Gerais, entre os anos de 1750 e 1800, pesquisadas em meio aos inventários de bens dos Cartórios dos 1º e 2º Ofícios, existentes no Arquivo Histórico do Museu da Inconfidência, possibilitou desvendar as práticas sociais que envolveram os livros naquela época específica da história do Brasil colonial. A partir de uma radiografia do funcionamento do comércio livreiro em Portugal, no Brasil e, de forma particular, em Vila Rica, detectou-se a importância dos diferentes ambientes comercias, das redes institucionais e dos núcleos de sociabilidade na conformação de um comércio não especializado de livros. As lojas de secos e molhados, os agentes comerciais e os leilões públicos foram fundamentais na difusão da palavra escrita em Vila Rica. Em um segundo momento, a disseminação da posse dos livros entre as diversas categorias sociais, a composição dos acervos bibliográficos particulares bem como as inter-relações existentes entre os diversos grupos sócio-profissionais e os livros a eles vinculados descortinam tanto as articulações que norteam as diferentes formas de acesso ao impresso quanto os fatores determinantes dos diferentes gêneros de leitura. Verifica-se que a difusão da posse do livro processou-se, em maior ou menor grau, por meio da compra, do empréstimo, da herança, da oferta, das audições de leitura. Observa-se, por fim, a partir das relações de livros arroladas nos inventários de bens, como as formas de pensamento que marcaram o século XVIII, quais sejam, o tradicional pensamento escolástico e a moderna filosofia iluminista, ) influenciaram na composição das bibliotecas de Vila Rica. Confronta-se a face ilustrada das demais bibliotecas setecentistas mineiras, privilegiadas pelos estudos históricos, com a proeminência das obras tradicionalistas que circularam amplamente no cenário histórico de Vila Rica e nota-se que o pragmatismo inerente aos livros consumidos, que determinava a intensidade do consumo dos diversos gêneros de leitura, era a marca do século das luzes nas bibliotecas de Vila Rica