Exportação concluída — 

Casais sem filhos por opção: análise psicanalítica através de entrevistas e TAT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Rios, Maria Galrão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-03062008-161207/
Resumo: Novas configurações familiares ganham espaço e visibilidade na sociedade contemporânea e aumenta o número de pessoas que opta pela não-maternidade/paternidade. O objetivo geral desta pesquisa é o de investigar as motivações conscientes e inconscientes que levam os casais heterossexuais a escolherem não ter filhos. Os participantes foram três casais sem filhos por opção, com idades entre 38 e 49 anos, sendo que as mulheres, em fase próxima ao final da possibilidade de reprodução, localizavam-se na faixa entre 41 e 44 anos. Eram casais da população não-clínica, com mais de oito anos de escolaridade, casados há, no mínimo, quatro anos. Com base na metodologia clínica-qualitativa, foram utilizados, como instrumentos, uma entrevista semi-dirigida com os dois membros do par conjuntamente e a aplicação individual das pranchas I, II, IV, V, VII MF (para as mulheres), X e XVI do TAT, analisados de acordo com o referencial da psicanálise, adotando-se, em especial, a psicanálise das configurações vinculares como referência teórica. As principais motivações declaradas pelos casais para a ausência voluntária de filhos envolvem um estilo de vida orientado para o mundo adulto, objetivos relacionados à carreira e ao desenvolvimento profissional, prioridade dada à satisfação conjugal, experiência com modelos de parentalidade, fatores de personalidade e de habilidade parental, entre outros. Em relação aos tipos de vinculação estabelecidos, observa-se uma variedade, enfatizando-se a singularidade de cada caso, havendo, entretanto, possibilidade de criatividade, desenvolvimento e flexibilidade. A tomada da decisão por não procriar mostra-se consensual ao menos em nível consciente, além de ser atravessada pelas experiências geracionais nas famílias de origem. É possível, também, um relacionamento positivo e satisfatório daqueles que optam por não ter filhos com suas profissões. Percebe-se o quanto a experiência da opção pela não-parentalidade é multideterminada e pode envolver diferentes níveis de ambivalência ou de conflito, assim como variadas maneiras de lidar com eles. Conclui-se, portanto, sobre a importância de se pensar a profundidade da experiência de cada casal em toda a sua complexidade, verificandose que, mesmo que as motivações declaradas tenham sido semelhantes, o interjogo inconsciente que leva a esta escolha é sempre único.