Médicos e farmacêuticos na terapia popular: uma trajetória de suas profissões no Estado de São Paulo e na Inglaterra (1815-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Kanikadan, Paula Yuri Sugishita
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-14052010-084440/
Resumo: As práticas de cura populares, como a busca por terapeutas populares e medicamentos caseiros, foram um recurso bastante buscado para combater doenças. O exercício destas atividades populares descontentava alguns profissionais de saúde, e médicos e farmacêuticos envolveram-se profissionalmente para tentar controlar a prática da terapia popular. Neste sentido, almejamos analisar como médicos e farmacêuticos no estado de São Paulo, do período que compreendeu os anos 1892-1930, bem como os profissionais médicos e farmacêuticos ingleses, que atuaram entre 1815-1930, influenciaram nas mudanças legislativas da terapia popular. Para tanto, utilizamos uma perspectiva histórico-comparativa, partindo das reformas legislativas em saúde nos dois locais para compreender como médicos e farmacêuticos envolveram-se profissionalmente no combate às práticas de cura populares. Com isso, fatos como as epidemias da época e o comércio de medicamentos influenciaram na trajetória destes profissionais de saúde. Médicos, em especial, tiveram suas profissões destacadas após a investigação da trajetória profissional de apotecários e cirurgiões na Inglaterra. Farmacêuticos, na sequência, dependeram também dos caminhos trilhados especialmente por químicos e droguistas, trazendo novas conformações para as práticas de medicina popular exercidas pelos diversos charlatães ingleses do século XIX. Em São Paulo, a reorganização do espaço profissional após a nova legislação sanitária de 1892 no estado criava condições para que médicos ganhassem um lugar importante no campo da medicina e, ao lado de farmacêuticos, foram se adequando às necessidades públicas para se promoverem em suas profissões. Farmacêuticos, por sua vez, tentavam consolidar seu espaço na área de saúde especialmente pegando carona no inicial desenvolvimento da indústria de medicamentos em São Paulo. Concluiu-se que a terapia popular, embora ainda presente, foi passando por transformações em decorrência do desenvolvimento das profissões de saúde ao longo dos períodos respectivos considerados. O estabelecimento destas profissões de saúde mostrou uma mistura de interesses profissionais pessoais, em paralelo às necessidades da saúde pública, com o objetivo de melhorar as condições da população do estado de São Paulo e da Inglaterra