Estudos ecológicos e ecotoxicológicos de Melanoides tuberculata Müller, 1774 (Gastropoda, Thiaridae), espécie exótica para a região neotropical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Okumura, Denise Tieme
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-25072006-150218/
Resumo: As introduções de espécies exóticas têm significantemente modificado a estrutura das comunidades levando à extinção muitas espécies nativas. A crescente invasão, nas águas doces brasileiras pelo gastropoda Melanoides tuberculata, de origem africano-asiática, é preocupante. No presente estudo foram analisados diversos aspectos referentes ao ciclo de vida, à tolerância a variáveis abióticas e à sensibilidade a substâncias tóxicas de referência e aos sedimentos contaminados de três reservatórios do estado de São Paulo (Rasgão, Barra Bonita e Promissão). Testou-se a eficácia do látex de Euphorbia splendens e de Asclepias curassavica como moluscicida. Os moluscos foram coletados em tanques de piscicultura, em Pirassununga, SP, e cultivados em laboratório, determinando-se a taxa de crescimento e a tolerância à temperatura e à salinidade. Os resultados evidenciaram que esta espécie tolera temperaturas entre 16 e 37 'graus' C e tem ampla tolerância à salinidade (0,968 a 17,138 g/L). As 'CL IND.50' para substâncias de referência foram: 0,734 mg/L para o dicromato de potássio; 0,701 g/L para o cloreto de potássio e de 9,053 g/L para o cloreto de sódio. Em relação ao látex de plantas tóxicas, obtiveram-se 'CL IND.50' entre 2,924 ppm e 3,308 ppm para Euphorbia splendens, enquanto o látex de Asclepias curassavica não foi tóxico até o limite máximo de 20,0 ppm. Os sedimentos dos reservatórios de Barra Bonita e Promissão (rio Tietê) não foram tóxicos, enquanto o sedimento de Rasgão foi extremamente tóxico a este molusco. Concluiu-se que a alta tolerância de M. tuberculata a elevadas temperaturas e à salinidade corroboram sua ampla e rápida dispersão pelas águas doces tropicais e que o látex de Euphorbia splendens pode ser utilizado como moluscicida natural em baixas concentrações em programas integrados de controle da invasão desta espécie invasora