Taxa de câmbio e determinantes da balança comercial de produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil: 1961 a 1995

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Almeida, Clóvis Oliveira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191220-112303/
Resumo: O presente trabalho examina os efeitos, a longo e curto prazos, das variações na taxa de câmbio e em outras variáveis macroeconômicas sobre o saldo da balança comercial de produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil, que representam a maior fonte de superávits comerciais gerados no período analisado (1961 a 1995). Para tanto, a análise de co-integração e o mecanismo de correção de erros são utilizados. Os estudos realizados até então analisam, com base em técnicas econométricas tradicionais, o efeito da taxa de câmbio sobre as transações externas com produtos específicos ou grupo de produtos agrícolas, mas não sobre o saldo comercial de produtos agrícolas e agroindustriais (também denominado de saldo comercial agrícola total). O objetivo da política cambial é afetar o saldo total do comércio. A importância de se avaliar o impacto sobre as transações externas com um produto ou grupo de amostras diminui à medida que se tem conhecimento de que a direção da política cambial não muda em função de um ou outro produto, a menos que o mesmo detenha uma parcela dominante de geração de divisas do país. A curto prazo, as variáveis mais relevantes para explicar as variações diretas observadas no saldo da balança comercial agrícola total são (do ponto de vista estatístico) renda interna, defasada de um período; renda externa, no período corrente; termos de troca, com uma defasagem; e, o termo de correção de erros (os desvios em relação ao equilíbrio de longo prazo). A taxa de câmbio efetiva real, no período corrente, também apresenta efeito positivo sobre o saldo da balança agrícola total (coerente com o esperado), mas tal efeito não teve bom nível de significância estatística. A longo prazo, as desvalorizações da moeda doméstica exercem maior efeito sobre a competitividade externa dos setores agrícola e agroindustrial (aqui entendida como a capacidade de os setores gerarem superávits comerciais) do que às demais variáveis consideradas: renda interna, renda externa e termos de troca. Finalmente, os resultados da pesquisa revelam ainda que não se pode ignorar a expressiva contribuição dos setores agrícolas e agroindustriais ao processo de ajustamento da balança comercial do Brasil. Esses setores foram as maiores fontes de superávits comerciais gerados no período em análise, permitindo, em vários anos, compensar o déficit comercial com produtos não agrícolas ou, pelo menos, diminuir seu grande impacto negativo sobre o saldo da balança comercial total do Brasil