Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Juliana Michelli da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18092019-101739/
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Resumo: |
A despeito de participar de diferentes esferas de nossa existência e de ter se inserido em grande parte das ações que realizamos diariamente, a máquina continua sendo alvo de olhares depreciativos e de posturas de defesa e rejeição em alguns sistemas culturais. A partir disso, com este trabalho, tencionamos interrogar esses posicionamentos e contribuir para a constituição de uma antropologia do imaginário da máquina através da qual possa ser di mensionado o espectro de imagens e vínculos entre homens e máquinas. Tendo por objeto o imaginário da máquina na obra O método (La Méthode), de Edgar Morin, a hipótese desta pesquisa é a de que a máquina não é apenas um objeto técnico utilitário que auxilia a ação humana na transformação da natureza, mas também um elemento de antropogênese através do qual o homem fabrica imagens de si mesmo. Supomos que, por reconhecer a importância que a máquina artificial tem assumido na formação de imagens do homem, bem como por antever as consequências dessa operação, Edgar Morin reabilita a ideia de máquina, por meio da noção de ser máquina, que reúne base material e espiritual, e de uma genealogia de máqui nas baseada na noção de organização. Ao lado disso, posicionando a máquina artificial como um elemento secundário de sua genealogia, Morin investe em novos referentes à máquina, substituindo os modelos mecânicos pelos modelos auto organizados dos viventes. Ademais, ao ficcionalizar o objeto técnico, o autor distancia se do imaginário industrial e alude a outra vertente do imaginário das máquinas, atinente às figurações dos primeiros autômatos. O percurso deste trabalho compreende, de início, um breve exame das características das má quinas que permitiram tão ampla aplicação em diferentes campos do conhecimento, seguido do referencial teórico dos estudos do imaginário que esteia esta pesquisa. Em um segundo momento, elabora se uma cartografia de autômatos, na qual se objetiva identificar, ainda que de maneira preliminar, as transformações ao longo do tempo das figurações das máquinas semoventes e compreender como essas figurações contribuíram na fabricação de imagens de homem por meios de metáforas, analogias e modelos. Em um terceiro momento, investigam se a noção de ser máquina no pensamento complexo moriniano, a genealogia de máquinas e as imagens a elas associadas. Por fim, são fornecidos alguns elementos para um pensamento sobre a educação que, admitindo a relação recursiva entre homens e máquinas, enfatiza as noções de auto organização e de autofabricação nos processos de formação. |