Bioatividade de herbicidas aplicados em condições de seca em dois tipos de solo, na cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1974
Autor(a) principal: Ponchio, João Adolfo de Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191218-113501/
Resumo: Com o objetivo de estudar o comportamento de herbicidas recomendados para aplicação em condições de solo seco e elucidar particularidades de suas dinâmicas no ecossistema agrícola da cultura da cana-de-açúcar, foram conduzidos quatro ensaios de campo e um em casa de vegetação, no município de Piracicaba- SP e no Departamento de Horticultura da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Os ensaios de campo foram instalados em solo Podzólico Vermelho-amarelo de textura arenosa e em um solo Latossol Vermelho-escuro de textura argilosa, sendo repetidos por dois anos seguidos. Em casa-de-vegetação, amostras dos dois solos receberam os mesmos tratamentos do campo e foram submetidas a diferentes períodos de seca. Os tratamentos em solo arenoso, considerando as doses dos herbicidas em kg/ha do ingrediente ativo, foram: tebuthiuron a 0,400, 0,800 e 1.600; terbacil a 0,200, 0,400 e 0,800; e hexazinona à 0,225, 0,450 e 0,900. Em solo argiloso foram: tebuthiuron à 0,600, 1.200 e 2.400; terbacil a 0,400, 0,800 e 1.600 e; hexazinona a 0,315, 0,630 e 1.260. As aplicações foram feitas com um pulverizador costal à pressão constante (CO2, consumindo-se 300 l/ha de solução sob uma pressão de 2,5 kg/cm2. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com parcelas subdivididas, com cinco e quatro repetições para os dois anos de estudo. Foram retiradas amostras de solo nas camadas 0 a 5, 5 a 10, 10 a 15 e 15 a 20 cm de profundidade. Em casa-de-vegetação, a terra do solo amostrado foi submetido a ensaios biológicos utilizando-se pepino (Cucumis sativus L.) como planta teste. Coletou-se, também, uma quantidade de camada superficial destes solos para a instalação dos mesmos tratamentos em condições controladas de casa-se-vegetação. Neste caso, o solo tratado foi mantido seco por 0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias, épocas em que eram semeadas as plantas testes. Os dados colhidos referem-se à produção de biomassa verde e biomassa seca das plantas indicadoras aos 14 dias após a emergência. Os resultados obtidos permitiram concluir que os herbicidas tebuthiuron, terbacil e hexazinona, aplicados em condições de solo seco, persistiram até a incidência das primeiras chuvas, época em que manifestaram sua bioatividade exercendo fitotoxicidade sobre a planta teste. Em casa-de-vegetação, todos os tratamentos para os dois solos mantiveram-se ativos até os 180 dias, última avaliação do ensaio. Em condições de campo, as condições edáficas e climáticas causaram alterações à persistência dos produtos. O tebuthiuron manteve-se ativo pelo menos até os 207 e 195 dias no solo arenoso, e 272 e 195 dias no solo argiloso, nos dois anos respectivamente. O tebuthiuron sofreu lixiviação principalmente nas doses maiores. As amostras colhidas na camada superficial de 0 a 5 cm, entretanto, proporcionaram efeitos mais drásticos na planta teste. O terbacil, de acordo com a sensibilidade da planta teste, persistiu por menos tempo. Sofreu lixiviação principalmente nas doses maiores. O herbicida hexazinona foi mais móvel, atingindo mais rapidamente as profundidades limites amostradas nas doses maiores. Em todos os tratamentos a lixiviaçâo foi dependente da dose empregada, sendo que tratamentos com doses maiores sofreram maior lixiviação. A tendência de comportamento dos produtos nos dois anos foi a mesma. Os herbicidas tebuthiuron. terbacil e hcxazinona. podem ser utilizados para aplicações de outono-inverno, pois eles resistem à condição de solo seco, frequente nesta época do ano no Estado de São Paulo, mantendo sua bioatividade.