Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nievas, Ana Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-16072019-103246/
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Resumo: |
A expansão da atividade antrópica tem gerado contextos ecológicos, em que apenas um grupo homogêneo de espécies poderá tolerar, geralmente com elevada plasticidade comportamental. Um exemplo é a capivara, roedor social neotropical, encontrado em ambientes que vão desde áreas conservadas do Pantanal, até centros urbanos do sudeste brasileiro. Neste estudo, tivemos interesse em investigar as respostas comportamentais de capivaras em ambientes antrópicos do Estado de São Paulo, região onde a espécie ocorre em altas densidades. Tivemos dois temas em foco: o padrão de atividade e movimento, ao longo do ciclo 24 horas; e dinâmica demográfica e social. No primeiro tema, exploramos uma abordagem comparativa da atividade e movimento de animais viventes em áreas antrópicas e no Pantanal brasileiro, buscando avaliar o efeito de variáveis ambientais sobre os padrões comportamentais. Observamos que animais antrópicos apresentam maior variedade de padrões de deslocamento e que, em ambos os tipos de ambientes, a temperatura, ciclo claro-escuro e disponibilidade de recursos são fatores moduladores da atividade. Observamos manutenção de movimento exploratório no crepúsculo, em ambos os tipos de ambiente, ressaltando o valor adaptativo deste padrão comportamental. Por fim, detectamos inversão de picos secundários de atividade que sugerem uma estratégia de desvio de riscos, relacionados aos distúrbios humanos diurnos, em áreas antrópicas, e a predadores naturais noturnos, no Pantanal. No segundo tema, investigamos a socioecologia de um grupo antrópico, vivente sob manejo de restrição de habitat, buscando avaliar o efeito deste manejo sobre uso do espaço e demografia. Ainda, investigamos como parâmetros demográficos e sociais se relacionam, e como a flutuação sazonal de recursos influencia tais parâmetros. Observamos que o manejo restritivo impôs drástica redução da área de vida do grupo, porém este manteve seu tamanho e fluxo de dispersão, similar entre machos e fêmeas. Observamos que fêmeas são mais filopátricas e que, entre elas, podemos encontrar animais dominantes, responsáveis pelo maior cuidado parental. A densidade esteve ligada aos nascimentos e foi forte moduladora das interações intragrupo, uma vez que a maioria foram estabelecidas entre adultos e juvenis. Observamos menor flutuação do número de adultos e uma minoria de interações entre eles, sugerindo maior estabilidade social desses indivíduos. Entretanto, foi possível observar que a disponibilidade de recursos é moduladora da área de vida do grupo e confrontos agonísticos entre adultos, podendo, portanto, aumentar a instabilidade social de indivíduos mais dominantes e estáveis. Esperamos que as informações aqui geradas contribuam para ações de manejo da capivara e paisagem onde vive, fornecendo melhores previsões sobre as respostas comportamentais da espécie frente a ambientes antrópicos |