Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Kaziyama, Helena Hideko Seguchi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-25022015-143848/
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Resumo: |
Proporção significativa dos doentes que preenchem os critérios atuais que caracterizam a síndrome fibromiálgica apresenta dor assimétrica e alterações do exame da sensibilidade distintas dos doentes com a apresentação clássica, \"simétrica\", de fibromialgia (SFM). Denomina-se esta entidade clínica como Síndrome Dolorosa Disfuncional com Sensibilidade Exteroceptiva Assimétrica (SFM-SDDSEA). Este grupo de doentes apresenta particularidades quanto ao resultado do tratamento e impactos negativos na qualidade de vida significativamente distintos daqueles com o quadro de fibromialgia \"clássica\". O presente estudo objetivou analisar aspectos clínicos, psicofísicos e neurofisiológicos de amostra de doentes que preenchem os novos critérios diagnósticos da SFM e que apresentam SFM-SDDSEA comparando-os aos dos doentes com SFM \"clássica\" e aos voluntários saudáveis. Método. Foram incluídas 32 doentes (45,9±8,5 anos) do sexo feminino que preencheram os Critérios para o Diagnóstico de Fibromialgia do Colégio Americano de Reumatologia (CAR) de 2010 e 31 voluntárias saudáveis (43±2 anos). Dezenove doentes apresentavam quadro clínico \"clássica\" da SFM e 13, SFM-SDDSEA (dor assimétrica e definida como EVA com diferença maior que 40% entre os dois dimídios). Foram utilizados para a avaliação: a Escala Visual Analógica (EVA), a Versão Resumida do Questionário de Dor McGill, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), o Questionário de Impacto de Fibromialgia (QIF), o Inventário Breve de Dor (IBD), os valores dos limiares de dor à pressão nos pontos dolorosos mensurados com o algiômetro de Fischer (PD), o teste quantitativo de sensibilidade (TQS) e a excitabilidade cortical aferida com estimulação magnética transcraniana (EMT). Resultados. Os doentes com SFM-SDDSEA apresentaram maior escores de interferência da dor nas atividades diárias em relação aos com SFM (54,7±8,9 e 37,6±13,5; respectivamente, p < 0,0001) e maior impacto da dor na qualidade de vida em relação a SFM de acordo com o QIF (73,6±13,9 e 58,3±13,9; respectivamente, p < 0,004). Doentes com SFM-SDDSEA apresentaram limiares de dor à pressão assimétrica, sendo mais baixos no hemicorpo onde a dor era mais intensa (27,74±7,90 e 35,86±8,37; respectivamente, p=0,007). Nos doentes do grupo SFM-SDDSEA, os limiares de dor à pressão do lado mais doloroso foram semelhantes aos dos doentes com SFM (27,77±1,25 e 27,74±2,20; respectivamente, p=0,472), ao passo que os limiares no hemicorpo menos doloroso foram significativamente mais elevados do que os de doentes com SFM (35,86±2,32 e 27,77±1,25; respectivamente, p<0,031). Os doentes com SFM-SDDSEA apresentaram valores maiores de facilitação intracortical no hemisfério contralateral ao hemicorpo em que a dor era mais intensa (1,64±1,06 e 3,35±2,31; respectivamente, p=0,008) e maior amplitude de potencial evocado motor (PEM) à 140% do limiar motor (827±996 e 2134±1495; respectivamente, p=0,005). Conclusões. Doentes com SFM-SDDSEA apresentaram maior impacto dos sintomas dolorosos na qualidade de vida e maior interferência nas atividades diárias, alterações da excitabilidade cortical e limiares de evocação de dor frente aos estímulos pressóricos diferentes daqueles com SFM. Estes resultados indicam que a SFM-SDDSEA constitui entidade clínica à parte, com mecanismos de ocorrência de doença, resposta ao tratamento e prognósticos diferentes da SFM \"clássica\" |