Detalhes bibliográficos
| Ano de defesa: |
2018 |
| Autor(a) principal: |
Chaves, Gislaine |
| Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
| Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
| Tipo de documento: |
Dissertação
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| Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
| Idioma: |
por |
| Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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| Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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| Departamento: |
Não Informado pela instituição
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| País: |
Não Informado pela instituição
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| Palavras-chave em Português: |
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| Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26022019-123803/
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Resumo: |
A ocorrência do comportamento autolesivo logra índices significativos na população adolescente e pré-adolescente, tornando-se queixa frequentemente observada no contexto escolar e clínico, preocupando a todos os envolvidos. Na atualidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a categoriza como um problema de saúde pública global, e, portanto, foco de atenção de políticas públicas e sociais prementes dada a gravidade e aumento do risco de tentativa de suicídio no futuro. No Brasil, as pesquisas realizadas ainda são incipientes quando comparadas com a produção internacional, ainda mais no que diz respeito à dinâmica psíquica do jovem que se autolesiona e meios de intervenção. Assim, considerando a perspectiva investigativa atribuída à Psicologia Clínica e a indissociabilidade entre prática e pesquisa, este trabalho buscou contribuir por meio da realização de um estudo de caso único com vistas à análise dos traços de personalidade de uma adolescente, estudante de uma escola pública do Estado de São Paulo, sem diagnóstico psiquiátrico e/ou em atendimento psicológico, além de investigar dados do funcionamento familiar e a relação de tal conduta com a sintomatologia depressiva e ansiosa. Para tanto, o método clínico-qualitativo de cariz psicanalítico foi empregado em consonância com o delineamento de estudo de casos único e o processo Psicodiagnóstico Compreensivo e Interventivo. O Psicodiagnóstico previamente esquematizado contemplou duas etapas: 1) primeira aplicação, que contabilizou sete atendimentos, e, 2) fase de follow-up, com três atendimentos. Em ambas as etapas, abarcou a realização de entrevistas com a responsável, entrevistas com a participante, aplicação do Questionário Desiderativo, Teste de Apercepção Temática Infantil - Figuras Humanas (CATH), Inventário de Depressão Infantil (CDI) e Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Os resultados do caso foram examinados individualmente, em cada etapa, e, posteriormente, em conjunto, com a comparação entre essas duas fases por meio da livre inspeção do material à luz das observações oferecidas pelos instrumentos projetivos e objetivos fundamentados na abordagem psicanalítica psicodinâmica. Assim, com base nos aportes winnicottianos, pode-se observar que, no caso analisado, a conduta autolesiva revelou uma dupla função: impedir o aniquilamento total do Eu, e, concomitantemente, comunicar ao ambiente sobre falhas nos cuidados em fases primitivas, reatualizados na adolescência, na tentativa de resgatar algo ofertado, porém percebido como perdido. Adicionalmente, integrando os achados iniciais com os obtidos na reavaliação de follow-up, a significativa remissão de aspectos dissociados da personalidade da participante e sintomas clínicos após o processo Psicodiagnóstico comporta correlações com o conceito winnicottiano de distúrbio psicossomático, recuperável após a presença de condições ambientais favoráveis, ou ainda com o trânsito da posição kleiniana esquizo-paranóide para a depressiva, denotando a retomada do processo de amadurecimento. Por fim, os dados obtidos permitem sintetizar sobre a importância do ambiente para a restauração do sentimento de confiança e de esperança no caso investigado, corroborando a teoria winnicottiana sobre a subordinação da saúde psíquica ao longo da vida aos cuidados iniciais recebidos |
