Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Antunes, Maria Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-15032007-115747/
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Resumo: |
Estudos têm demonstrado que homens que fazem sexo com homens (HSH) têm estilos de vida diferenciados e ocupam diferentes espaços sociais e culturais. Mapeando as redes sociométricas e as subculturas homoeróticas, é possível entender a disseminação do HIV e os fatores de vulnerabilidade. O objetivo desse trabalho é descrever como subculturas sexuais de homens que fazem sexo com homens que freqüentavam bares e boates em duas regiões de São Paulo ocupavam diferentes territórios, descrever suas subculturas e práticas sexuais. Foi realizado um mapeamento etnográfico em dois bairros de São Paulo, onde se localizam 58 bares e boates gays. Foram aplicados questionários em 500 homens (Centro e Jardins), sobre: dados sócio-demográficos, percepção de risco, práticas sexuais, prevenção de aids e uso de drogas. Durante 12 meses foram realizadas intervenções, com distribuição de preservativos, lubrificantes e folhetos informativos. Durante o mapeamento etnográfico observamos que a região do Centro tem bares mais antigos e tradicionais, com a presença mais explícita de travestis e garotos de programa, com imagens identitárias baseadas na divisão de papéis de gênero. O Jardins tem bares requintados, com a presença mais acentuada de imagens identitárias baseadas na identidade gay. A análise dos questionários mostrou que 52% tiveram prática sexual de risco com parceiros fixos e 42% com parceiros casuais. 71% fizeram o teste HIV, sendo que 5% afirmaram que eram soropositivos. Foram encontradas diferenças significativas nas respostas obtidas nas duas regiões, observando que maior proporção de homens que freqüentavam o Centro: eram pobres, menos escolarizados, negros; tinham uma menor percepção de risco e menos confiança nos métodos preventivos para aids; tinham mais práticas de risco; concordavam que não usavam preservativo porque estavam apaixonados e porque existiam medicamentos para tratar a aids. Observamos que diferentes subculturas sexuais de HSH, redes sociométricas, imagens identitárias e performances de papéis ocupam diferentes espaços na cidade de São Paulo, configurando territórios diferentes de vulnerabilidade ao HIV. O conceito de territórios de vulnerabilidade enfatiza a importância de intervenções para prevenção da aids com foco comunitário, atuando nos componentes individuais, sociais e programáticos. Pensando em termos de desenvolvimento de estratégias de prevenção que têm como horizonte a emancipação psicossocial além do incremento do uso de camisinha, devemos levar em consideração essas redes sociométricas, que ocupam territórios dentro da cidade, criando territórios de atualização/realização de desejos e vulnerabilidade. |