Prevalência das alterações funcionais, anatômicas e qualidade de vida dos pacientes submetidos a esvaziamento cervical convencional e via retroauricular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Erickson Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-13052024-140704/
Resumo: Introdução: O esvaziamento cervical com acesso por via retroauricular emergiu como uma alternativa à modalidade convencional, visando manter a eficácia terapêutica, porém, com menor morbidade pós-operatória. Não se sabe ainda a diferença entre essas modalidades quanto aos aspectos funcionais e qualidade de vida. Objetivo: avaliar os aspectos anatômicos, funcionais e a qualidade de vida em pacientes submetidos ao esvaziamento cervical unilateral por via convencional ou retroauricular (endoscópica ou robótica). Material e Método: Estudo de coorte prospectivo multicêntrico, conduzido no A. C. Camargo Cancer Center e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) no qual foram incluídos 29 pacientes submetidos a esvaziamento cervical unilateral, sendo 19 pela modalidade convencional (Grupo Convencional-GC) e 10 por via retroauricular (Grupo Retroauricular-GR). Os pacientes foram avaliados no pré-operatório e no 30º, 180º e 360º dias de pós-operatório (PO) quanto a amplitude de movimento (ADM) da coluna cervical e do ombro (goniometria), força muscular do trapézio (teste de resistência manual), sensibilidade da face e do pescoço (estesiometria) e qualidade de vida (questionário de qualidade de vida da Universidade de Washington UWQOL). Resultados: Os grupos Convencional e Retroauricular foram semelhantes quanto às variáveis antropométricas, clínicas e cirúrgicas. A média de idade de ambos os grupos esteve entre 52 e 55 anos. Com relação ao gênero, houve predomínio do sexo feminino no GC (58%) e do sexo masculino no GR (70%); p=0,08. O sítio mais acometido foi o rebordo alveolar no GC e a tireoide no GR (p=0,02) e os níveis linfonodais mais frequentemente ressecados foram I-III em ambos os grupos (p=0,90). Houve diferença quanto à incidência de complicações pós-operatórias (GC: 4 pacientes e GR: 0; p=0,03) e ao tempo de internação hospitalar (GC: 4 (1-22) dias e GR: 2 (1-6) dias; p<0,01). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto à dor ao longo do estudo. Quanto à amplitude de movimento da coluna cervical, esse foi melhor no GR para os movimentos de extensão no 30º, 180º e 360º PO; lateroflexão homolateral no 30º e 180º PO; lateroflexão contralateral no 180º PO e rotação contralateral no 180º PO (p<0,05). Não foram encontradas diferenças significativas quanto à ADM do ombro. Com relação à força muscular de trapézio, foram encontrados valores inferiores no GC na porção superior no 30º e 180º PO (p<0,01) e nas porções média e inferior no 30º PO (p=0,01). A sensibilidade cutânea foi mais afetada no GC nos dermatômeros: Orelha Inferior no 180º PO, Face Inferior e Posterosuperior de pescoço no 30º PO (p<0,05). A Qualidade de Vida foi mais impactada no GC nos domínios Atividade e Recreação no 180º PO; Deglutição no 180º e 360º PO; Paladar no 30º PO; Mastigação e Ombro no 30º, 180 e 360º PO e na composição Dimensão Física no 30º, 180 e 360º PO (p<0,05). Conclusões: A morbidade pós-operatória foi menor nos pacientes submetidos ao esvaziamento cervical por via retroauricular. Quanto à funcionalidade, a amplitude de movimento da coluna cervical e a força muscular do trapézio foram melhores nos pacientes submetidos ao esvaziamento via retroauricular. A sensibilidade cutânea da face e do pescoço e a qualidade de vida pós-operatória foram piores nos pacientes submetidos à modalidade convencional