Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Janaina Ferro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-17072014-094954/
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Resumo: |
O contexto social de pobreza exige práticas efetivas para a garantia de qualidade e segurança alimentar de crianças, entre elas a amamentação. No entanto, os índices de aleitamento materno entre populações de baixa renda não se mostra promissor, indicando a necessidade de se conhecer como se dá o processo de prática do aleitamento materno em comunidades que vivenciam a pobreza. Este estudo teve os objetivos: Compreender o significado de amamentar e como se desenvolve a prática de amamentação da mulher moradora da Comunidade Mangabeira, próxima ao aterro sanitário da cidade de Arapiraca-Alagoas. Adotou-se o método qualitativo, tendo como referencial teórico o Interacionismo Simbólico, Modelo Pesando Riscos e Benefícios; a estratégia do DSC para organização dos dados. Foram coletados dados quantitativos para caracterização biológica e social da mulher e sobre a prática de amamentação, que ampliaram, de forma descritiva, o entendimento da experiência de amamentação das 35 mulheres participantes do estudo, residentes na comunidade, que sobrevivem da catação de material reciclado e que tinham tido a experiência de amamentar pelo menos um de seus filhos. Os resultados mostram que elas têm baixa escolaridade e renda não superior a dois salários mínimos, a média de idade é 36,2 anos, com taxa de fecundidade de 4,2 filhos por mulher. Apenas 58,3% das mulheres referem ter amamentado exclusivamente seus filhos e a mediana de AM é 22,3 meses, sendo maior que a mediana para os estados do Nordeste. Com base nos dados qualitativos, emergiram três temas explicativos da experiência de amamentar: Determinada a amamentar: do saber à necessidade; Prática de amamentar: cuidado familiar e coletivo; Fragilidades na valorização da amamentação. A amamentação é utilizada como recurso contra a fome do recém-nascido, pois dificilmente as mulheres conseguem adquirir alimentos de outras fontes, mas ao mesmo tempo o aleitamento materno mostra uma prática frágil do pondo de vista das escolhas dessas mulheres, podendo ser substituído por outro alimento quando é possível obtê-lo. Essa prática está sujeita à condição e disponibilidade física e emocional da mulher para amamentar, apesar de reconhecida a sua importância para suprir a necessidade da criança. Não sendo valorizada pela sua importância em si, a amamentação é vista como uma experiência normal, previsível e habitual, a ser incorporada no seu cotidiano enquanto for possível ou necessária. O significado da amamentação para essas mulheres mostra-se como sendo uma experiência nem boa, nem ruim, mas apenas normal. Considerações finais: Além de medidas sociais de distribuição de benefícios para as famílias carentes, urge o acompanhamento de mães e lactentes dessas famílias, para garantir a valorização e oportunidade do AME e práticas que favoreçam a segurança alimentar de crianças e adultos que vivem em situações de extrema pobreza como as aqui retratadas. |