Tipagem molecular e análise da diversidade genética de linhagens de Salmonella Infantis isoladas de humanos e alimentos no Estado de São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Almeida, Fernanda de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-19122024-102616/
Resumo: Salmonella spp. é o agente bacteriano causador de doenças de origem alimentar de maior ocorrência no mundo. Dentre as diversas sorovariedades de Salmonella, a Infantis tem apresentado uma crescente importância devido ao aumento do seu isolamento e da resistência a antimicrobianos. Apesar de sua relevância, há uma escassez de estudos de tipagem molecular de S. Infantis isoladas no país. Os objetivos deste estudo foram realizar a tipagem molecular de linhagens de Salmonella Infantis isoladas de humanos e de alimentos no Brasil, e analisar comparativamente a diversidade genética entre elas e com outras linhagens isoladas de diversos locais do mundo. Ademais, objetivou-se verificar o perfil de resistência a antimicrobianos e comparar o poder discriminatório das técnicas de Enterobacterial repetitive intergenic consensus PCR (ERIC-PCR), Pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) e Multilocus sequence typing (MLST). Foram estudadas 35 linhagens de S. Infantis, isoladas de humanos (25) e alimentos (10), entre 1984 e 2009, provenientes de várias cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Foi realizado o teste de susceptibilidade a 15 antimicrobianos pelo método de disco-difusão. A tipagem molecular foi realizada através das técnicas de ERIC-PCR e PFGE para todas as linhagens e MLST para 16 linhagens. O índice de discriminação (ID) para as técnicas ERIC-PCR, PFGE e MLST foi calculado através de uma variação do índice de diversidade de Simpson. Do total de 35 linhagens, 27 (77%) foram susceptíveis a todos os 15 antibióticos testados. Entretanto, duas linhagens (5,7%) foram resistentes a três ou mais antibióticos de diferentes classes. O dendrograma de similaridade genética gerados com os dados de ERIC-PCR agrupou todas as linhagens, com exceção de uma, em dois grandes grupos, denominados A e B. No grupo A, as linhagens apresentaram similaridade superior a 85,9% entre si e no grupo B apresentaram similaridade superior a 88,7%. Entre as linhagens dos grupos A e B, a similaridade foi superior a 84,5%. O dendrograma de similaridade genômica gerado com os dados de PFGE, após digestão com Xbal e Spel, agrupou todas as linhagens, com exceção de uma, em dois grupos, denominados G e H. No grupo G, as linhagens apresentaram similaridade superior a 70,2% e no grupo H, similaridade superior a 74,5%. Entre as linhagens dos grupos G e H, a similaridade foi superior a 66,6%. Por MLST, todas as 16 linhagens foram caracterizadas como ST32. O ID de ERIC-PCR foi de 0,859; de PFGE (Xbal+SpeI) foi de 1,0; e de MLST foi zero. Os resultados de ERIC-PCR, PGFE e MLST sugerem que as linhagens de S. Infantis estudadas descendem de um precursor predominante que pouco se diferenciou genotipicamente e que tem contaminado tanto alimentos quanto humanos, ao longo de 25 anos no Estado de São Paulo. Por MLST, observou-se que as linhagens de S. Infantis isoladas no Brasil tem uma alta similaridade genética com as maioria das Infantis isoladas de diversos locais do mundo, o que sugere que tais linhagens advenham de um precursor comum. A metodologia de PFGE foi mais eficiente em diferenciar linhagens de S. Infantis do que ERIC-PCR e MLST.