Ritmo circadiano e melatonina em Porifera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Jaqueline Costal dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-16042018-110044/
Resumo: Esponjas (filo Porifera) são consideradas representantes atuais dos primeiros metazoários, com origens evolutivas próximas da transição de uma organização unicelular para aquela multicelular. Toda sua fisiologia é baseada em células especializadas, sem órgãos ou tecidos verdadeiros como encontrados em outros animais. No entanto, a presença de um sistema fortemente integrado pode ser constatada em sua habilidade de contrair o corpo de maneira rítmica e coordenada, ainda que a dinâmica e o controle desse processo sejam pouco conhecidos. Neste trabalho, análises de imagens em time-lapse sob um ciclo claro-escuro (12:12h) e sob luz constante mostram que as espécies Hymeniacidon heliophila e Tethya maza exibem padrões distintos de contrações corpóreas rítmicas, com variações circadianas em suas amplitudes. Diferenças observadas nos perfis das curvas das duas espécies podem ser devidas a diferenças em seus habitats de origem e/ou a diferenças em suas estruturas corpóreas. A manutenção desses ritmos sob luz constante indica a presença de um relógio endógeno em ambos os animais. Entre as vias envolvidas na sinalização desses processos a mais ubíqua é a da melatonina, um hormônio cuja presença tem sido demostrada em muitos filos animais, dos quais o mais basal é o Cnidaria. Considerando a ampla ação da melatonina como um sinalizador circadiano e a ausência de um sistema nervoso em esponjas, não seria surpreendente constatar um papel da molécula na coordenação dos movimentos desses animais. Ademais, o papel da molécula nas respostas imunes também já foi demonstrado ser de ampla distribuição. Nossas tentativas de revelar uma ação da molécula na reagregação celular de H. heliophila via receptores do tipo MT1 e MT2 não foram conclusivas. Alguns fatores que podem ter influenciado nas respostas divergentes da molécula são o estado imunitário e a presença de contaminantes no ambiente de origem do animal. Ainda, outros mecanismos de ação e/ou processos candidatos à ação da melatonina não devem ser descartados. Ainda que preliminares, nossos resultados são o primeiro relato da presença da melatonina no filo mais basal dentre os Metazoa