A via crucis da consciência em O braço direito de Otto Lara Resende

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martin, Carlos Frederico Barrere
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-17042014-122805/
Resumo: Propomos neste trabalho realizar uma análise do romance O braço direito, de Otto Lara Resende, tomando por base uma imagem recorrente na narrativa, a clausura, cuja força pode ser auferida na leitura pelo que constitui de elemento ordenador da estrutura do livro e principalmente do personagem narrador. O primeiro capítulo retoma o histórico da escritura do romance. Otto foi um autor que continuava a trabalhar o texto mesmo depois de publicado. O braço direito foi editado em 1963, relançado por duas vezes sem qualquer alteração, e reeditado em 1993 inteiramente reescrito. A relação do narrador com a escritura, que ganha forma num gênero literário subjacente à narrativa, o diário íntimo, é analisada no segundo capítulo. Tal relação incorpora em seu desenvolvimento marcas de uma opressão que perfazem o cotidiano do narrador e se traduzem no que escreve, como procuramos mostrar, pela manutenção dessa opressão, ao mesmo tempo em que escrever proporciona um espaço de reflexão. Depois de estudada essa relação, passamos no terceiro capítulo a outras formas de convivência, nas quais se observa a dimensão violenta e psicologicamente devastadora do meio social representado no livro, estando o narrador submetido a autoridades de toda ordem. No quarto e último capítulo abordamos o seu ambiente familiar, o impacto desse ambiente numa consciência que se constrói no centro de duas perspectivas conflitantes, e por conseguinte, de elementos que suscitam nela um embate intenso dos instintos, sobretudo os sexuais, com a auto-imposição de obedecer a um ideário conservador.